Faz tempo, recuso discutir problemas econômicos se a desigualdade for item excluído da mesa de debates. Sem ter formação oficial em Economia, alguns cursos feitos na área permitiram-me compreender, pouco que seja, como funciona o sistema econômico, e otras cositas más. Com passagem por curso oferecido pela CEPAL, sistematizei de alguma forma o conhecimento que a realidade posta diante dos meus olhos permite ver, no Brasil e na América Latina. As aulas ministradas por Mário Henrique Simonsen e Mirceas Boescu, em Curso Sobre o Desenvolvimento, favoreceram minha compreensão dos problemas que faz décadas enfrentamos. O processo de acumulação praticado nos países, as políticas que o gestam e gerem, a dinâmica resultante das relações entre eles nada operaram de positivo na vida das pessoas. A não ser, para o reduzidíssimo número dos que se ocupam, em seus bem montados e refrigerados gabinetes, a acompanhar o movimento das bolsas. Os lugares em que esses mesmos agentes dão as ordens e as cartas. Estas, guardadas em seus bolsos, ao tempo em que escasseia a comida na boca dos que os fazem bilionários. Ainda quando milhões morrem, porque morrer é sentença que nos condena antes mesmo de nascermos. Agora, sabe-se do crescimento não apenas da pandemia muito bem administrada pelos genocidas. Cresce, igualmente, o número dos que arriscam escapar da covid-19, para serem sacrificados no altar negacionista, onde até a resistência antissionista desconsidera a nova forma do Holocausto. Pode-se contar, hoje, multidão de quase 20 milhões de famintos no Brasil. País que inscreve dentre os bilionários do mundo 65 indivíduos. Tudo isso, sem que sequer prospere a tímida iniciativa de tributar as grandes fortunas. Estas, como se sabe, em grande parte amealhadas à custa do sangue, suor, lágrimas e morte dos que põem a mão na massa. Eles mesmos a massa sobre a qual pesa a mão pesada dos exploradores. Por isso, digo não a essa falsa Economia, alimentada pelo egoísmo, a usura, a covardia. Mantenho o radicalismo que me tem sido atribuído pelos que, ignorantes de tanta coisa, também são incapazes de estabelecer qualquer relação do termo com sua origem – raiz. Enquanto as minhas não estiverem apodrecidas, seguirei em frente.
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- Professor Seráfico
- há 2 dias
- 2 min para ler
Sempre ouvi dizer que caos e planejamento são inimigos irreconciliáveis. Uma única exceção legitima essa regra: o caos planejado. É do que tratamos hoje, quando a ação destruidora vai desde organizações oficiais até as pessoas. Não é que o propósito destrutivo só agora tenha chegado aqui. Nunca, porém, tal objetivo ficou tão transparente quanto hoje. Lição complementar recebi de alguns mais velhos, advertindo-me da incompatibilidade do planejamento e do bom método, com péssimas intenções. Tudo se resumindo no quanto pior, melhor, obviamente não para a população. Uma espécie do preceito criar dificuldade para vender facilidade, de que se nutrem o messianismo de uns, a monstruosidade de outros. É assim que se há de ver o cancelamento (ou seja lá o nome que se der) do censo, que o IBGE adiara de 2020 para este ano. Os números a que costumam recorrer os insensíveis à realidade das pessoas, da sociedade portanto, desta vez foram desprezados, como o foi a gravidade com que a pandemia desabou sobre nós. Aqui, a expressão mais contundente da opção pela ignorância. Fenômeno que chamo ignorância opcional. Sem eu mesmo ignorar quanto a ignorância tem servido, ao longo dos séculos, para encobrir incompetência e maus propósitos. Imagine-se quando uma serve aos outros – como agora! Antes, e limitado ao Amazonas, esse esforço destrutivo tem exemplos de êxito inconteste. Ao que me lembre, a extinção da SUSEMI-AM terá sido o marco inaugural. Tanto quanto o foi, em seguida, a eliminação de outros órgãos criados com a finalidade de fortalecer a administração pública e gerar condições de fixação do homem do interior em suas plagas. Listem-se, no infeliz rol de derrotas impostas à população, pelo menos a CODEAMA, o ICOTI, a ACAR-AM e a ESPEA. Outras haverá, mas destas eu estive mais próximo. Custa-me, sem comprometimento do meu discernimento, acreditar no caráter acidental da extinção desses organismos. Então, vejo confirmado o que parece adequado teorema: governos nunca erram; apenas escolhem os beneficiários de suas decisões. CQD, diriam os matemáticos.[1] [PS2]
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- Professor Seráfico
- há 3 dias
- 2 min para ler
Da atenção que dermos ao discurso e às ações que os acompanham pode resultar apreciação mais próxima da realidade. Quando o Presidente da República anunciou sua preferência por escolher um Ministro do STF terrivelmente evangélico, ele disse o que desejava dizer, sempre fiel àquilo em que acredita. Mesmo depois de posto no Supremo Tribunal Federal o Ministro Kássio Nunes Marques, ainda havia dúvidas sobre o significado da expressão. Poucos os que deram atenção à própria história do Presidente, mandado embora das Forças Armadas para um retiro nada espiritualizado, mas materialmente satisfeito, pela acusação de um ato nada menos que terrorista. Assim tipificado, todavia, apenas quando praticado pelos que se jogam contra o poder dos que se veem como deuses. Se a usina que abastece de água o Rio de Janeiro não explodiu, assim poupando milhares de vidas humanas, as aglomerações patrocinadas pelo governo e endossadas pelo terror togado obtém resultados mais agradáveis aos seus promotores e executores. Os números não deixam mentir. Uma espécie de terror bíblico, que se pensava eliminado do convívio da sociedade humana, sobretudo nos dias em que se pretexta rememorar a paixão de um tal Jesus de Nazaré. Sequer se dão conta os terroristas bíblicos, de que a pregação do andarilho que o egoísmo e a perversidade oficial mataram na cruz advogava e propalava a presença do ser superior em que criam, em qualquer lugar. Algo diferente do mercado onde é necessário ir, porque lá pé que se encontram os bens necessários à satisfação de nossos intestinos e de outras vísceras. O deísmo praticado por esses terroristas, no entanto, mostra-os empenhados em substituir os altares e tabernáculos por caixas registradoras muito bem operadas. Nada além disso.
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