O general-ditador Ernesto Geisel dizia que nações não têm amigos, têm interesses. Graças a essa percepção, ele foi o último dos governantes do período da ditadura em investir pesadamente na indústria e na infraestrutura brasileira. Depois, olhos postos no mercado internacional, Lula foi docemente persuadido por lideranças da indústria nacional, a entrar pesado na exportação de produtos e tecnologia brasileiras. Cuba, Venezuela, Angola, Moçambique, e uns poucos mais países tomaram empréstimos no Brasil. Cumprindo a prática desse tipo de negócio, as grandes empresas brasileiras, empreiteiras muitas delas, foram as maiores beneficiárias da exportação, tornando-se inclusive multinacionais. É assim que funciona, em quase todos os países exportadores. Essas particularidades, todavia, são ocultadas mesmo por profissionais que se têm apresentado como economistas, financistas, especialistas em relações internacionais, jornalistas etc. Interessa-lhes apenas atribuir vínculo entre Lula e países governados pela esquerda. Mesmo se seus gurus, mitos e líderes endeusam países em que a ditadura é o regime e, além disso, recebem presentes como os que a Arábia Saudita teve o desprazer de saber retidos pela aduana brasileira, no aeroporto internacional de Guarulhos. Nada a admirar, quando as narrativas cada dia se tornam mais distantes dos fatos a que se relacionam, ou que as pretextam. Tempos em que a mentira passa por verdade, monstros posam de santos, predadores de todo tipo aparentam generosidade, arrogantes fingem-se humildes. A autorizar os menos afoitos a ver nos cenhos cerrados o contrário do que pretendem os que os ostentam. Neste caso, não expressam o grau de indignação; ao contrário, mostram até que ponto vão a insensatez e a zombaria de seus portadores.
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Professor Seráfico - 10 de mar. de 2023
- 1 min de leitura
Acossado pela alta dos aluguéis em Lisboa, o governo português criou o programa Mais Habitação. Para aumentar a oferta de residências, foi elaborado o Plano de Recuperação e Resiliência-PPR, incumbido de construir prédios residenciais, quando Portugal convida, estimula e atrai imigrantes. Alguns setores do governo socialista de lá consideram a hipótese de serem usados como solução da crise habitacional em Lisboa imóveis privados devolutos. Ou seja, unidades residenciais atualmente desocupadas. Algo absolutamente possível no Brasil, mas que não sabemos estar ou não consagrado na Constituição daquele país. A função social da propriedade privada, entre nós, consta em vários dos dispositivos da Constituição Federal de 1988, sendo de destacar, especificamente, os relacionados à propriedade urbana. Ei-los, a título exemplificativo, sendo que em alguns outros trechos ainda que genericamente, o direito à propriedade e o interesse coletivo estejam presentes. No art® 5°, XXIII, é assegurado o direito da propriedade privada. Os artigos 170, III e 282, $ 2° estabelecem os limites do exercício do direito assegurado, todos eles vinculados ao interesse coletivo. Sem essa subordinação, falece a possibilidade de a propriedade cumprir sua função social. Muitas são as alegações apresentadas para fugir ao cumprimento do mandamento constitucional, nenhuma delas capaz de invalidar a prevalência do interesse coletivo, como característico da própria democracia. Se o PRR lusitano bastará ou não para resolver a crise, ainda não se sabe. No Brasil porém, a desapropriação de imóveis urbanos devolutos (como também poderemos chamá-los) parece o caminho a seguir. Com a vantagem de dar por findas pendengas judiciais que envolvem contumazes devedores de tributos, inclusive municipais.
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Professor Seráfico - 9 de mar. de 2023
- 1 min de leitura
O Comandante do Exército disse do desagrado de certa ala militar com a eleição de Lula. Dirigindo-se a seus comandados, o general Thomás Paiva trouxe importante contribuição aos que tentam compreender o Brasil em reconstrução. Não demorou a reação dos pouco afeitos à busca da verdade, capazes até de descobrir crítica ou adesão onde qualquer delas não se evidencia. O Comandante apenas trouxe a público - e sua voz é das mais autorizadas, no caso - o clima da caserna, que se supunha apenas hostil ao Presidente constitucionalmente eleito. Então, não terá sido ato leviano ou capaz de comprometer seu desempenho no cargo, a sinceridade com que se manifestou. Ao contrário, a decisão do general Thomás, seguida à divulgação das primeiras interpretações de sua fala, foi proibir comemorações do golpe militar de1964. Uma espécie de repetição e ratificação que seus comandados do Leste ouviram, dias antes de ser ele nomeado pelo Presidente da República para o cargo que agora ocupa. Recente ainda sua chegada ao comando da força terrestre, o oficial cada dia revela à nação seu compromisso com a democracia e a disposição de participar vigorosa e permanentemente com a união e a reconstrução do País. Como a deseja e prometeu o comandante-em-chefe, Luís Inácio Lula da Silva, feito Tripresidente por 60 milhões de brasileiros.
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