Doze horas e quarenta minutos
ponteiros fixos
me põem imóvel
meus olhos furados
pela cena improvável
o sol contradiz o marcador
são diferentes suas rotações
e relações
dentro do oito
na madeira modelado
os cínzeos traços
não escondem
o pêndulo inerte
inaudível torna-se o
som sem reverbero
ao silêncio imposto
pelo tempo
oh, tempo!
que tudo e a todos
submete
quando a hora
ainda havia pouco
mal dera sete
badaladas incabíveis
na caixa de madeira
contemplada por visão
confusa
como a pedir fosse
revogada
forma de verso
(ou reverso)
a sentença poética
dita por Cazuza.
Manaus, 16/01-2021