- Professor Seráfico
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Atualizado: há 2 dias
A proximidade física entre o político e o eleitor levaria, supõe-se, ao melhor desempenho do representante dito popular. A partilha do cotidiano, a participação no dia-a-dia da comunidade representadas, em tese, assegurariam maior fidelidade de um - o vereador, no caso - ao outro, que com seu voto confere o mandato municipal. Deputados estaduais e federais, portanto, teriam menor grau de compromisso e fidelidade em relação aos eleitores. A realidade vem mostrando, com frequência crescente, não ser bem assim. Ainda agora, dois vereadores incidem nos mesmos vícios praticados por representantes na Câmara dos Deputados, sobretudo. Pelo menos dois dos políticos mandados pelos eleitores municipais para representa-los nas câmaras de cidades brasileiras veem-se, agora, envolvidos em fatos nem de perto incluídos dentre seus deveres e prerrogativas. O primeiro deles, o vereador Alexandre Frota, que o eleitorado fez vereador em Cotia-SP. Condenado por crime contra a honra, o ex-ator de televisão e filmes pornô foi cassado e cumprirá prisão domiciliar. Outro, o vereador Bual, integrante da Câmara Municipal de Manaus, parece ter nos zeros-à-esquerda sua bússola. Tanto, que a Polícia Federal colheu provas da prática da rachadinha. Tudo, segundo o devido processo legal. Como manda a democracia. Na lista desses filhotes da deterioração política, não está fora a vereadora que aplaude colega agressor de mulheres. O fato ocorreu em Borba-AM. Se a visão estreita e a ignorância de muitos membros da Câmara dos Deputados faz deles vereadores federais, a delinquência de alguns vereadores torna-os deputados municipais. Talvez, o avesso do avesso de que fala Caetano, em uma de suas belas canções.