Coisas do mercadão
- Professor Seráfico

- há 7 horas
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Além do conteúdo simbólico nele contido, o encontro entre o empresário brasileiro Joesley Batista e o Presidente Donald Trump sugere examinar outras mensagens nem sempre atrativas para certo tipo de analista. Há que analisar não apenas o que quase todos os meios de comunicação informam, comentam e recomendam (mesmo quando apenas desinformam), aspectos embutidos nas entrelinhas, esse lugar onde quase sempre as coisas são ditas e escritas, sem despertar a necessária curiosidade dos observadores. Como em quase toda ação humana, sempre haverá algo de bom e algo de ruim, num aparentemente encontro, entre amigos ou opositores. Primeiro mencionarei o ganho que pode advir da assunção pelo empresário brasileiro que, em geral, era tarefa atribuída a diplomatas, cônsules e agentes de negócio. Na atualidade, tal papel parecia definitivamente inscrito dentre os deveres dos chefes de governo. Cada viagem feita ao exterior ligava-se, sobretudo, ao incentivo ao comércio exterior, na selvagem disputa por consumidores e usuários de bens ou serviços. Com o que se justificava chamar a autoridade maior do Poder Executivo de caixeiros-viajantes, mais que estadistas ou políticos de mais baixa envergadura. Alguns, como se pode testemunhar, incompetentes para as tarefas próprias do cargo, menor ainda sua competência para vender e comprar produtos e bens, nem a essa constrangedora situação - a de agentes de vendas - puderam entregar-se. Então, quando Joesley encontra Trump, a primeira mensagem exposta diz respeito à transformação do Planeta em um imenso mercado, nada mais que isso. Pior, nas nações envolvidas, seja pela origem nacional dos interlocutores, seja pela abrangência dos negócios entabulados, resta a multidão que trabalha apenas para sobreviver, encontro em outro espaço do mercado global sua honra, seu trabalho e sua dignidade é posta na mesa de negócios. Uma forma de desqualificar a Política, não viesse ela sendo executada à custa de sua miniaturização, desde a letra inicial da palavra. O que há de bom a registrar, com base no esforço empresarial de Joesley é a dispensa do Presidente da República Federativa do Brasil das tarefas de caixeiro-viajante que ele vinha se esforçando por realizar.

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