Quebrou!

O Brasil está quebrado! Esta não é verdade dita por algum membro da pífia oposição ao atual governo, nem por algum integrante dos media sem caráter, como o classifica o autor da confissão. Várias direções podem orientar a análise das palavras proferidas pelo Presidente da República. Numa delas, a observação inicial destacará o ineditismo em que a expressão incide – a veracidade. Até então, qualquer coisa saída da boca da autoridade, se não era simplesmente inequívoca mentira, em alguma dose muito tinha a ver com uma fake-news. Depois, obriga-nos a análise do discurso a ponderar sobre o tempo do verbo usado pelo que o proferiu. A quebra do Brasil ocorreu muito antes, no momento em que o chefe do quebra-quebra conduziu rebanho contado por milhões às seções eleitorais de 2018. Vem de lá, portanto, o processo que as férias prazerosas do Presidente possibilitaram conhecer. Neste caso, inevitável é comparar palavras proferidas pelo mesmo agourento, logo se viu instalado no principal gabinete da República. Com todas as letras, foi por ele confessada a absoluta incapacidade pessoal para governar nação do tamanho, da diversidade, da riqueza, da população e da importância do Brasil. E não se poderia esperar melhor do que tem sido, em sã consciência. A despeito de tudo o que se sabia sobre a infeliz e trágica figura, foi ela quem ganhou as eleições. Importa pouco, hoje, que parte dos quase 60 milhões já tenham desertado. Menos, ainda, que não tenham honestidade e humanidade suficientes para fazer o mea culpa. Na maioria, trata-se de gente voltada parta o próprio umbigo, como a pandemia tem revelado. Por isso, têm as digitais que puseram sobre a urna eletrônica de 2018 reproduzidas nas covas onde estão sepultados mais de 190 mil cadáveres produzidos pela covid-19. Esta, confessemos, cevadas e colhidas na seara de que não hesitaram em participar. Pena sequer podermos conjeturar que negarão seu apoio para completar a destruição, pois é isso o que nos prometem os genocidas de hoje.