A Lei da Ficha Limpa, incompleta ainda, representou algum avanço. Agora, grande parte dos parlamentares trata de alterar a legislação. E tem alguma razão, mais abjeta ela seja. As práticas e golpes de que muitos deles se beneficiam e nos quais apostam todas as suas fichas se vêem permanentemente ameaçados, se for exigida a ficha limpa. Diziam os antigos: quem com porcos anda, farelo come.
Segundo o noticiário, as oscilações no mercado internacional expressam a aversão global ao risco. Como se esse não fosse, de fato, um dos princípios em que se baseiam os investidores. Em Londres, Paris, Pequim e Washington, não é muito diferente o apetite deles. Tanto, que nenhum investidor dispensa dinheiro público em seus negócios, nem compra avião pegando fogo. Por isso, pode-se procurar algum magnata falido que tenha ficado pobre. Jamais o encontraremos. A falência tem sido a maneira mais rápida de enriquecer.
A ANATEL resolveu impedir as operadoras telefônicas de praticar o crime de que o telemarketing é instrumento. Mesmo que se possa suspeitar de que as empresas burlarão de algum modo as determinações da agência reguladora, a invasão de privacidade poderá reduzir-se. Oxalá as operadoras não se queixem ao soba dos Estados Unidos da América do Norte!