- Professor Seráfico
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Marcelo Seráfico*
O Min. Alexandre de Moraes está fazendo o que deveria ter sido feito com o Sr. Jair Messias Bolsonaro, desde a primeira manifestação pública cometendo ilegalidades. Isso vem dos anos 1990. O legislativo foi omisso, as procuradorias de justiça foram omissas e a mídia foi cúmplice.
Felizmente, golpista assina confissões enquanto planeja seus golpes. Quando o golpe vinga, só temos acesso aos documentos 50 anos depois do fim da ditadura instaurada. Quando não vinga, tudo vem à luz rapidamente.
Enquanto se mantiveram impunes, os golpistas posavam de aventureiros destemidos ou de "cidadãos de bem", ingênuos idiotizados. Agora, imploram por piedade, fogem ou simplesmente se desfazem em si mesmos.
Tudo indica que o ex-presidente passará por todo o ritual necessário à passagem da condição de cidadão comum à de réu julgado e condenado pela Justiça. Cometeu crimes ao longo de toda a vida adulta, como militar, como deputado e como presidente. Isto é, sempre jogou fora das quatro linhas. O uso do cachimbo entorta a boca. Mas o uso do cachimbo também pode "matar".
Responsabilizado por crimes cometidos em 4 longos anos, apenas, o ex-presidente tem agora que lidar com algo que é novo para ele: as consequências de seus atos. Age como uma criança que descobre, subitamente, não ser o centro do universo. Luta, desesperadamente, para fugir de suas responsabilidades.
Mas é um adulto!!!
Adultos que insistem em desrespeitar decisões judiciais, podem vir a usar tornozeleira eletrônica, pois indicam não ter entendido, ainda, regras básicas de sociabilidade quando se tem mais de 18 anos.
Não bastasse isso, o ex-presidente se juntou com um atual presidente mimado pela impunidade para ameaçar o "bairro" de arruaças. Seria pedagógico que os poderes judiciários do mundo se unissem para, pelo menos, banirem as práticas mais devastadoras dos "burgueses ridículos".
Quando o sistema capitalista elege esse tipo humano para governá-lo, parece claro que chegou a um limite: ou é superado por outra forma de organização da vida comum ou a destruição se insinua como único destino possível.
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*O autor é sociólogo e professor do Departamento de Ciências Sociais da UFAM e comentarista da Band-News/Difusora do Amazonas.