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Se fosse plausível adotar uma apreciação minimamente séria da tentativa de fuga do Ex-Presidente hoje preso em dependência da Polícia Federal, o máximo a ser dito é a legitimidade das alegações de seus defensores. Eles fazem o que têm a fazer todos os advogados de qualquer delinquente - defende-lo. Afinal, legitimam o devido processo legal. Negam, portanto, as alegações da famiglia e dos cúmplices do seu representado. Quando os defensores apontam confusão mental, como a causa da tentativa de destruição da tornozeleira, entra no extenso rol de crimes praticados pelo seu cliente, um novo ingrediente. Que não se limita à destruição - mais uma - de outro bem do patrimônio público. Em si mesmo, o fato é recorrente, na vida do apenado de que se trata. A novidade consiste, desta vez, na expressão usada na peça em que os advogados pedem a transferência do cliente para prisão domiciliar. Confusão mental foi o que alegaram eles, hipótese pouco - ou nada - provável, diante da confissão feita, gravada e divulgada amplamente. O condenado mostrou clara consciência do que fizera, inclusive apontando não ter rompido a cinta que prende o equipamento à sua perna. O dano à peça de monitoramento objetivava, portanto, não livra-lo do incômodo físico, mas impedir o acompanhamento de seus passos. Isso fortalece a suspeita de que ele preparava as condições que lhe facilitariam a pretendida fuga. Até aí, nada a que se possa atribuir ineditismo. A conduta do delinquente e de muitos de seus seguidores, pela habitualidade, tornou-se recorrente. A única novidade está na menção da existência de mente, na caixa óssea que os animais trazem na parte superior do corpo. Se na vida pregressa do presidiário, remota ou recente, nada tenha fugido a permanente confusão, nem indique a presença da faculdade mental, só agora tal carência é apontada. Não pelos médicos que o atendem, mas pelos que lhe prestam serviços jurídicos. A propósito, a confusão foi o que ele mais se interessou por criar, disseminar a qualquer custo, disso sendo o único e exclusivo beneficiário.

 
 
 

Os mais influentes e acreditados órgãos de comunicação impressos priorizam, nos últimos dias, o escândalo que levou à liquidação do Banco Master. Mais uma das muitas aventuras operadas no ambiente financeiro, a descoberta das fraudes que envolvem o Master só difere de muitas outras de que se pode sem medo de erro suspeitar, parece ter posto em pânico o setor mais lucrativo de nossa economia. Há circunstâncias que, por mais ingênuo seja o cidadão, levam-no agora a ter suspensa a presunção de inocência. O que Daniel Vorcaro praticou não parece destoar em substância de inúmeras outras condutas anteriores, muitas delas inauguradas  no período mais propício a fraudes e múltiplas outras formas de delinquir: a ditadura. Disso dão conta inúmeros livros e registros, não fosse o autoritarismo o agente patrocinador ou, quando menos, estimulante de toda sorte de atentado aos direitos do cidadão e da sociedade. Há quem diga, apressadamente que a Faria Lima tremeu nas bases. Alguns afirmam ver a dinheirama do Fundo Garantidor do Crédito ser levada ao ralo como o motivo maior da apreensão dos endinheirados senhores dessa república que teima em repudia-la, de fato. Há, também, os que suspeitam da corresponsabilidade de muitos gabinetes instalados naquela importante avenida paulistana, nos atos orquestrados pelo chefe do que os jornalistas credenciados no Congresso Nacional chamam de o banqueiro do centrão. As relações de muitos dos membros do Parlamento com negócios celebrados com o banco de Daniel Vorcaro certamente serão objeto de profunda e severa investigação. Pode-se até imaginar que a divulgada recusa do senador Ciro Nogueira em compor a chapa da direita, em 2026, tem algo a ver com os motivos que levaram à liquidação do Master. Isso há de ser conferido, à medida em que a Policia Federal e a autoridade monetária do País mantenham-se firmes, mesmo diante do assédio contra a volta da normalidade no desempenho das funções que lhes cabe cumprir. Pelo menos duas instituições gestoras dos recursos que pagam os aposentados – a do Rio de Janeiro e a do Amazonas – serviram à ambição e à voracidade dos aventureiro cuja fuga do País foi frustrada. Do mesmo modo, as mãos do governador do Distrito Federal, que aplaudiram, justificaram e defenderam a entrega do BRB a Vorcaro, têm mil razões para tremer. Como diz o jornalista Bernardo de Mello Franco (O Globo, 20-11-2025), só camaradagem explica atração de governos Castro e Ibaneis pelo Banco Master. Aos que pode ser acrescentado o governo do Estado do Amazonas. De outros estados, igualmente Nada surpreendente, porém. Afinal, a direita odeia, hostiliza e agride – na impossibilidade de extinguir – tudo o que se refere ao Direito. Incompatibilidade de gênios, diria um(a) terapeuta de casais.

 
 
 

Não! O ex-Presidente

não cometeu qualquer

crime..

derrubar um Presidente

eleito

depredar o patrimônio

público

zombar de moribundos

agredir o Estado

Democrático de Direito

impedir socorro às vítimas

da pandemia

tudo isso foi

feito

em defesa de estranha

democracia...


Sim!

É dever da Polícia

obrigação do Poder Judiciário

perseguir os marginais

seja qual for a

procedência

leva-los ao sistema

penitenciário

se nada comprova

sua invocada

inocência


De boca suja

escorre o vômito

produto de mente

apodrecida

de outras bocas

o clamor pela

Justiça

da gente

vontade não vencida

a permanecer na lição

pela Vida.


 
 
 
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