Ponto de inflexão
- Professor Seráfico

- 8 de nov
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Baldados os esforços de algumas das unidades federativas com PIB mais alto, a COP30 será realizada em Belém. Uma das capitais mais ricas do País, junto com Manaus, no início do século XX, a capital paraense firmou-se como o palco da mais importante de todas as reuniões internacionais desta época. Quase disse, nas primeiras linhas, que estados brasileiros mais ricos desejavam levar para longe da Amazônia a inauguração de uma nova fase, no tratamento dos problemas ambientais. Cometeria imperdoável erro, eis que a Amazônia - no Brasil e no pedaço sul do continente - é onde se concentra a maior parte dos recursos naturais do Planeta. Além dos potenciais hídricos e minerais, existentes em quase todas as nações amazônicas, a maior floresta tropical exerce enorme influência no clima da Terra. Ou seja, a forma de exploração a que se tem submetido esse enorme território, além de ampliar as desigualdades econômicas, põe em risco o próprio equilíbrio de Gaia. Aqui, onde a pata do boi, a instalação de grandes hidrelétricas e a exploração mineral engordaram a fortuna de grupos privados, em detrimento do bem-estar da população, é onde também pode ser marcado o ponto de inflexão. O principal deles, recentemente apontado pelo Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, a necessidade da participação financeira do setor privado, na preservação dos recursos naturais e na proteção das populações. Em síntese, uma necessidade apontada com base no que poderemos considerar, também, como uma confissão: a de que o atual sistema de apropriação da riqueza não pode mais ser mantido. Em outras palavras, o que se recomenda como justiça fiscal, consistente em dar aos que mais precisam, segundo suas necessidades; exigir dos que têm, segundo sua capacidade. O resto é produzir riqueza, para aumentar a pobreza.

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