Abutres e carniça
- Professor Seráfico

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A coisa julgada após o curso de um devido processo legal iluminou o cenário político brasileiro. O que o STF chamou de organização criminosa teve seu líder e cúmplices mais destacados, que o mesmo órgão de justiça chamou de núcleo crucial, mandados para o lugar que eles mesmos, os condenados, consideram o lugar de bandidos. Só um deles, e não por motivo minimamente lisonjeiro, ainda não se instalou em algum quartel, em alguma sala da PF ou na Papuda. Papudinha, no caso, coincidindo a denominação à altura moral, cívica e profissional do apenado. Para lá ser vizinho do outro, em cuja residência foi encontrada a minuta do infausto documento que daria sustentação ao golpe. O principal protagonista da sucessão de crimes, antes posto fora do processo eleitoral, agora tem somada à distância original, outra, desta vez determinada pela nova condenação. Dando oportunidade a um conjunto de protagonistas menores - em todos os sentidos - de disputar-lhe o espólio. Neste caso, parte do eleitorado que permanece fiel, não ao líder malogrado, mas a seus próprios interesses pessoais e os de seus patrões. Nacionais e estrangeiros. Voejam em círculo, primeiro à distância; depois, pouco a pouco, aproximando-se da carniça apetitosa que atiça suas piores intenções e exagerado apetite. Diziam os antigos nada ser mais educativo que um dia após o outro. Pois pode-se esperar, daqui por diante, cada dia trará maior afastamento dos sequazes, em relação ao capo. Em compensação, maior será a proximidade dos abutres da carniça posta à sua disposição. Ainda não é tudo, porém. Cada um dos membros da famiglia enfrentará o dia em que também será recolhido à casa que eles mesmos destinam a abrigar seus inimigos. Porque os pensam e sabem iguais.

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