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Pegue-se e pague o pecador

Há bons e maus, como os há altos e baixos, louros e pretos na sociedade humana. Dificilmente, mesmo os melhores e os piores dos seres humanos, podem descrever sua trajetória numa linha reta e lisa. Sempre haverá, aqui e acolá, um gesto, um esgar, afastado - digamos assim - da linha-mestra. O que constrói, portanto, a imagem e o conceito de uma pessoa é o conjunto da obra, entendida não pelas ocorrências pontuais. Prevalece, sempre, aquilo que parece usual habitual, típico no indivíduo. Dizer-se do réu que a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal consideram o líder de uma organização criminosa é uma pessoa de bem, significa ignorar o que as investigações apontam. Com a agravante de que a volumosa coleção de provas foi produzida, majoritariamente, pelos próprios réus. É de perguntar-se e pôr-se a refletir sobre o que levou quase todos os investigados à produção de tantas provas contra si mesmos. Uma tendência suicida? A certeza da impunidade? A inexpugnabilidade de suas teses? O que era para investigar, e ainda assim sem caráter exaustivo, foi investigado. Segue o curso de um processo legal como ele é devido. Não têm sido comprometidos os direitos fundamentais, assegurado como se constata, o amplo direito de defesa. Aqui e ali porém, alguns dos processados e outros que deveriam estar na mesma condição de réus tentam desmoralizar o Poder Judiciário, sujar o ambiente social e impedir que o órgão distribuidor da Justiça dê conta de seus deveres constitucionais. Não se trata, obviamente, de comparar esta com situações anteriores, na longa tradição de golpes de estado que marca nossa História. Porque jamais os brasileiros viram antes algum patriota ajoelhar-se diante dos governos estrangeiros ou reverenciar os símbolos de outras nações. Como nunca se vira antes o desembaraço com que certas lideranças proclamam seu amor à tortura e rendem suas homenagens aos que a praticam ou praticaram. Aponte-me algum cidadão de boa fé quem tenha zombado da morte de brasileiros, quando centenas de milhares de seus familiares eram mortos por um vírus. E, para manterem a fidelidade ao líder estrangeiro que os orienta e seduz, quantos participaram de tramas para matar as duas maiores autoridades do Poder Executivo e um membro destacado do Judiciário? Assim, cada qual que pague pelos crimes cometidos. Essa a única vacina contra os traidores e os inimigos da democracia.

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