Amanhã serão eleitos novos prefeitos na maioria das capitais dos Estados brasileiros. Momento final do processo político periodicamente renovado, as eleições ocorrem depois de campanha eleitoral quase surreal. Não porque tenha sido cercada por algo que diríamos fantástico, até porque essa é expressão a que os usuários atuais atribuíram nova acepção. Ora é o que dizem de coisas muito agradáveis; às vezes assumem condições apenas positivas. Quase ninguém, dentre os falantes de hoje, estabelece relações da palavra com os fantasmas. Não obstante sua insistente presença, em especial no ambiente político do Brasil. A surrealidade, entretanto, pode ser revista na gravação de programas e debates eleitorais, escassamente preenchidos por propostas de ação governamental destinadas a melhorar a vida dos cidadãos que habitam cada Município brasileiro. Ao invés disso, os acompanhantes dos programas, reuniões e raros comícios entretiveram-se com promessas repetitivas, troca de insultos e denúncias entre os opositores, quase sempre marcadas pelo desinteresse em discutir os problemas que a realidade exige. Não terão faltado, sequer, a agressão física e as palavras de baixo calão. Tudo, apenas entretenimento. Quanto interessa à direita, disputando entre correligionários a gestão de muitas das capitais. À esquerda, incapaz de fazer leitura adequada da realidade, parte dela jogando o jogo segundo a pauta e o sistema tático dos que diz adversários, resta optar pelo menos pior dos concorrentes, ou o voto em branco.
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