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Desculpem e saiam, por favor

Ian tinha sete anos. Aproximou-se de mim e de minha mulher, seus avós, a tempo de ouvir parte de nossa conversa. Tratávamos das dificuldades e mal-estares causados pelo uso do telefone celular. Nosso neto, curioso e ousado, quase arranca o aparelho da mão da avó. Disse, mal se apossou da geringonça eletrônica: não se faz isso com um idoso, dar-lhe um aparelho desses. Fatos posteriores só têm confirmado o diagnóstico e os prognósticos do moleque, hoje com 13 anos. A última das desagradáveis façanhas acidentais, portanto involuntárias, leva-me a pedir desculpas a quantos tenham sido incomodados. A inabilidade, a ignorância e a incompetência tecnológicas levaram-me a criar um grupo, sem o desejar. Desatenção, um clique inadvertido, uma expressão incompreensível - seja lá o que foi, fez funcionar rede chamada cidadãos. Por isso, sou levado a pedir a todas as pessoas involuntariamente vitimadas ou importunadas, que me desculpem. Logo que as primeiras informaram de sua saída do incômodo grupo, apresentei a elas igual pedido. Ao tentar dissolver o grupo, a todo-poderosa tecnologia me impediu de fazê-lo. Justifica-se, portanto, o pedido adicional, desde logo agradecido: SAIAM TODOS do grupo!

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