Desafios de Hugo Mota
- Professor Seráfico
- 20 de abr.
- 2 min de leitura
Dois desafios dos mais importantes serão levados ao Presidente da Câmara dos Deputados, em futuro bem próximo. O primeiro deles, relativo ao PL que transformaria os crimes contra o Estado Democrático de Direito espécies escandalosamente inovadoras de furto famélico. Equivaleria ao furto de uma lata de leite da gôndola de um supermercado. A urgência aprovada para a tramitação do maldito projeto não é mais que a tentativa de evitar a discussão séria e esclarecedora que a tramitação ordinária (não, não pensem que me refiro à índole da maioria dos deputados)proporcionaria. Oportunidade em que, certamente, muito mais coisa de que a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Supremo Tribunal Federal já conhecem seria trazido ao conhecimento pleno da opinião pública. Pela índole, pelas palavras, pelas ações e pela folha corrida dos envolvidos, em especial nos altos escalões do que a PGR chama organização criminosa, pode-se suspeitar de que a sociedade ainda conhece pouco sobre as façanhas delinquentes praticadas. Daí o uso de um expediente extraordinário, admíssivel apenas diante de males que cumpre prevenir, antes que produzam efeitos previsíveis. Anistiar antes de julgar talvez coloque o Brasil em situação como a que foi gerada inúmeras vezes, no período 2019-2022. Logo agora, que fomos levado à posição de protagonista no cenário internacional, o PL da anistia comprometeria a própria imagem do País, algo que só interessa a certo tipo de patriota - os que se escondem e escondem suas desvirturdes no conceito (e só nele) de pátria. O outro desafio diz respeito à pretendida cassação do deputado Glauber Braga. Porque reagiu com compreensível emoção às ofensas dirigidas à sua própria mãe, o parlamentar viu a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados autorizar a perda de mandato. Pode ser que a alguns dos deputados que aprovam a violência contra Glauber estejam muitos que, órfãos, já nem lembrem o que é o amor entre pais e filhos. Outros, porém, talvez não tenham a menor noção do que vem a ser ética, tão longe estão e se mantêm (e manterão, duvidam?) dos sentimentos e condutas ditas civilizados. Para Hugo Mota, o Presidente da Casa granjear bom conceito entre seus pares e merecer o respeito da população, ele não precisará mais que compreender em toda sua plenitude o significado de república, democracia e Direito. Sendo assim - e só assim - poderá neutralizar as reiteradas tentativas de desmoralização do Poder Legislativo. Tal desmoralização só interessa aos que, alheios a qualquer preceito ético, igualam-se a animais de outra categoria e habitam as selvas.
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