Crime e costume
- Professor Seráfico

- 8 de jan. de 2024
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Repercute nos meios econômicos e políticos nacionais e internacionais a venda da refinaria Landulpho Alves, na Bahia. Desta vez, é dado destaque à oportunidade em que aquela unidade de refino de óleo bruto foi transferida para o patrimônio de empresa que tem membros da família real da Arábia Saudita como sócios. O Tribunal de Contas da União aponta uma particularidade geralmente posta à margem das discussões e investigações, o aviltamento do preço pago pelos adquirentes, quando a cotação do produto processado estava em baixa. Não deixa de despertar curiosidade a oferta que os dirigentes daquele país fizeram ao então Presidente da República do Brasil. Nada menos que riquíssimas jóias, cujo valor se medem por milhões de dolares. O fato, chegado ao conhecimento público graças à austeridade de alguns servidores da Receita Federal, é objeto de investigação na Polícia Federal, com a agravante de ter sido mandada ao país do Oriente Médio uma alta patente das forças armadas, na ocasião ocupante de um Ministério, o das Minas e Energia. Talvez, pela posição ocupada, e pelas peculiaridades da Pasta, o servidor mais competente para trazer o regalo e entrar no território nacional sem obedecer à legislação brasileira. Deram-se mal os que pensavam autorizados pelos eleitores a todo tipo de descumprimento da Constituição e das leis. Embora o ato criminoso não fosse inédito, nem excluído do rol de cometimentos delituosos tão ao gosto dos que desgovernaram o Brasil de 2019 a 2022, o exemplo dado pelos funcionários públicos lotados na Aduana do aeroporto de Guarulhos (São Paulo) tornou impossível manter o mesmo sigilo que ainda está por ser rompido, em iguais façanhas cometidas no mesmo período. Por enquanto, já se conhece o suficiente para promover o devido processo legal contra a criminalidade oficializada durante quatro anos. Nem precisaria ir mais longe, para enredar os delinquentes nas malhas da Lei. Tudo indica, porém, que mais coisa está por vir. Que venha logo, para sepultar de vez as aspirações criminosas dos que também se envolveram na intentona terrorista de 8 de janeiro de 2023! É a melhor resposta a dar aos criminosos de toda categoria, além da mais adequada gratidão aos que se têm exposto em defesa da democracia. Não bastasse, para dizer-nos a que serve o sigilo tantas vezes utilizado pelos (des)governantes, aqui e alhures.

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