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CEPC:184 ANOS

Walbert Monteiro*


O meu querido Colégio Estadual Paes de Carvalho vai completar 184 anos da sua criação oficial pela Lei Provincial n° 97, de 28/06/1841, sendo o segundo mais antigo estabelecimento de ensino oficial do país. Essa data tem sido, por falta de pesquisas exatas, objeto de controvérsias e discussões, porque em sites governamentais e na própria placa comemorativa aparece o dia 28 de julho, o que evidencia um erro. Outra polêmica é sobre sua efetiva instalação. Em artigos anteriores, baseando-me em fonte confiável, considerava ter sido um mês depois, porém, aprofundando a busca, encontrei o registro de sua inauguração em 17/01/1842, conforme o demonstram Andrenson Santos, bolsista PIBEX/ UFPA e membro do grupo de pesquisa Laboratório de Planejamento da Educação Municipal (LAPEM), e Alberto Damasceno, Doutor em Educação pela PUC de São Paulo (1998), e Mestre em Educação Escolar Brasileira pela Universidade Federal de Goiás (1991) em artigo publicado na Revista ”Tempos e espaços em educação”. O Decreto nº 1121 de 1º de novembro de 1892, equipara o Liceu Paraense ao Ginásio Nacional.

Após ter passado por vários endereços, trinta anos depois, em 1871, instala-se definitivamente no belíssimo prédio situado na Praça da Bandeira, construído para abriga-lo, e que sediou, também, outras importantes e históricas instituições culturais.

Como, em artigos anteriores, já me detive em minúcias históricas sobre o CEPC, gostaria de focar na peculiaridade que o distingue sobremaneira: as muitas gerações que por lá passaram, onde despontaram os mais insignes vultos da política, religião cultura, artes e desportos do Pará, cultivam pelo educandário onde realizaram ou aprimoraram seus conhecimentos, um extremado amor que faz palpitar mais fortemente os corações à simples recordação daqueles saudosos e vibrantes tempos escolares ou, como já aconteceu de fato, existe a ameaça de retirá-lo do histórico edifício que ocupa há 154 anos. Não sei se as moças e rapazes que por lá passaram contemporaneamente nutrem essa mesma vibração (imagino que sim!) das senhoras e senhores que já passaram dos 50 anos, mas que, além de cultuarem as queridas lembranças de seus tempos cepceanos, ao se reunirem, comportam-se com o mesmo ardor juvenil daquela época e realizam verdadeiras viagens a um passado que jamais será esquecido.

Realizam encontros periódicos (no mínimo bimestrais) onde impera a alegria e a fraternidade; formam grupos de WhatsApp (eu participo de 2, mas sei da existência de muitos outros) e, como por exemplo, nas iniciativas lideradas pela profa. Dyrce Koury, com participação de um expressivo número de cepceanos antigos, atuam na vida do colégio e ajudam decisivamente na sua manutenção. Cite-se que, recentemente, existiu a séria disposição de desalojar o CEPC cedendo espaço à outra instituição pública. Os cepceanos de várias décadas se movimentaram e, em movimento coordenado de repulsa, impediram que se perpetrasse o atentado. E passaram a contribuir para a recuperação de espaços e móveis, sendo o último a reconstituição do antigo “Salão Nobre”, a restauração de quadros de velhos mestres e governadores que frequentaram os bancos cepceanos.

Saúdo, na passagem deste aniversário, tanto as gerações da velha guarda cepceana, como os atuais mestres e dirigentes, estes na pessoa da dedicada e eficiente diretora Alinne Catro, e todo o corpo discente, com augúrios de que os atuais alunos perseverem neste incrível sentimento de amor pelo CEPC.

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*Jornalista e escritor

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