Conheço livros que tentam revelar as "normalidades" mutantes do Planeta. Não falo das alterações promovidas pelos fenômenos físicos, de que os tsunamis, grandes enchentes, furacões e tornados, erupções vulcânicas e quejandos são exemplares. Refiro-me à alteração sofrida por conceitos científicos, políticos, filosóficos e outros, de que se têm encarregado os interesses divergentes dos seres humanos. Ou os que assim se tentam qualificar. Um deles diz respeito à liberdade. O tom dado à alteração ora em curso vem recheado de más intenções, por isso que se firma em solo cediço e malformado. A liberdade, como as conceituam os seus maiores inimigos, recusa assumir compromisso com a verdade. Portanto, trata-se de uma liberdade mentirosa em si mesma. Se antes lemos livros intitulados em conformidade com a realidade que os terá inspirado (Era das catástrofes, Era dos absurdos, etc.), a sociedade atual segue caminho inverso. Deve-se entender o dito pelo que não o foi. Nisso consiste a liberdade de expressão reivindicada pelos que ampliam e exploram à exaustão as fake-news e a capacidade de mentir. Nessa verdadeira ginkana do mal, vencerá o que mais mentiras produzir e o que conseguir disseminá-las pelo Planeta. Empenhados em batalha inglória, cujo resultado é conhecido cada dia mais pelos habitantes da Terra - a desigualdade -, tentam fazer de um dos maiores crimes praticados contra a sociedade humana uma necessidade social por si mesma justificada. Não sei se algum estudioso ou pensador (político, nem pensar;...) escreveu algo chamado A era da mentira. Se ainda ninguém o fez, não terá sido por falta de assunto. Nem de exemplos contundentes comprobatórios da tese que tal suposto livro poderia reivindicar.
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