E se...
- Professor Seráfico
- há 6 dias
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A maioria dos analistas e especialistas não só em Economia, mas em várias disciplinas científicas, inclusive a Psicologia, ainda não se refez da inexplicável surpresa que a conduta do Presidente Donald Trump impôs à sociedade humana. Embora as decisões dele, pela segunda vez instalado na Casa Branca, sejam imprevisíveis, como não ocorreria com a maioria dos seres verdadeiramente humanos, não se poderia esperar do empresário e homem de comunicação algo diferente. Talvez aos leigos nos assuntos vinculados ao tarifaço com que ele supostamente pretende evitar o naufrágio do império que está sob seu domínio, seja mais fácil e simples levantar hipóteses mais plausíveis que as até agora formuladas. A vocação, o caráter, as limitações de ordem intelectual e cognitiva, os valores e os interesses – afinal, acabam por marcar os indivíduos, levando-os a ter certo padrão de conduta com maior ou menor grau de regularidade. Veja-se, por exemplo, a folha corrida de muitas das personalidades a que está entregue o destino dos povos. De alguns pode até dizer-se incapazes de mudar o comportamento, tão aferrados ao padrão impossível de superar. Daí resulta a reincidência, cuja demonstração coletiva pode ser atestada nas penitenciárias, mundo a fora. Ninguém ignora o que move Donald Trump. Nem qual o deus aos qual rende extraordinária e permanente veneração. Dinheiro é quanto basta para fazer felizes os que, pobres de tudo o mais, veem no antes chamado vil metal a maior de todas as razões para viver. Se esse aspecto aparentemente desprezível não for observado, dificilmente se encontrará explicação razoável na conduta de Trump. A sacolejada que ele dá na economia do Mundo, agora, há de ter um objetivo e de seguir alguma lógica. Isso, porém, não parece frequentar a preocupação dos especialistas, muitos dos quais não conseguem ver os números como símbolos – e não mais só de riqueza material – que mantêm ocultos certos predicados (ou a falta deles) dos que os apresentam para justificar suas decisões. O sobe-e-desce do dólar, como efeito do tarifaço, carrega com ele consequências da ordem mais diversa, país a país, mas faz chegar a todos a sensação de instabilidade nos negócios internacionais. Não seria uma pessoa exigente de estabilidade, como costumam ser os empresários, a primeira a desejar o caos instalado em todo o Planeta. A não ser (e aqui começa a hipótese que se apresenta digna de merecer atenção) que algum ganho pessoal possa vir daí. Por isso, do alto de minha ignorância, sugeriria fosse estudado o patrimônio do Presidente norte-americano, antes de chantagear as nações, para compará-lo com o que esse patrimônio tem a ver com o caos que o tarifaço provoca. Engana-se quem pensa errática a conduta de Trump. Afinal de contas, esperto como ele é, o risco que corre é o de ver-se engolido pela própria esperteza. Mas pessoas dadas à aventura raramente levam isso em consideração. Mesmo se utilizam jargão que aos tolos parece compromisso com seus compatrícios. Antes de seu país voltar a ser grande, que o sejam os negócios e a fortuna do espertalhão.
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