Um tema capital

Segundo o embaixador aposentado Carlos Henrique Cardim, o Brasil poderia seguir os exemplos da Alemanha, Turquia e Holanda, que têm mais de uma capital nacional. Na Alemanha, são Berlim e Bonn. Ankara e Istambul, na Turquia. Na pequena Holanda, o poder político é distribuído entre Haia e Amsterdam. O também sociólogo e professor da UnB sugere seja instalada em Belém a segunda capital brasileira. O estudioso diz que a capital paraense se localiza em espaço privilegiado, na região hoje considerada fundamental para o equilíbrio do próprio Planeta. O fato de o Pará ter boa porção de seu território à margem do oceano Atlântico, certamente, terá pesado na sugestão do professor. A capital paraense sediará, em novembro de 2025, importante reunião internacional, a COP 30. Ainda não se podem avaliar as consequências da proposta do embaixador Cardim, na comunidade política e nos arraiais acadêmicos. Nem se espere fácil a efetivação da ideia, tantas as pretensões dos governadores - mais destes que das populações respectivas - das diversas unidades federativas abrangidas pela Amazônia. Sobretudo pela probabilidade de, uma vez transformada em uma das duas capitais nacionais, Belém ter instalada em sua área importantes órgãos internacionais. Por enquanto, ainda não houve tempo nem clima político para iniciar os debates sobre o assunto. O período eleitoral e o interesse que as eleições sempre despertam não deixam quase nenhum espaço para outra coisa que não seja a conquista de votos. Passado o pleito, o tema passará a ocupar corações e mentes. Espera-se que ninguém, das comunidades acadêmicas e políticas em especial, perca de vista quanto ganharia a Amazônia, se a sugestão do embaixador Cardim for levada a sério.