Um fio teu não foge à luta: o Brasil através dos bordados
- Professor Seráfico

- 15 de nov.
- 1 min de leitura
Em: 11 de Novembro de 2025
“Os cientistas dizem que somos feitos de átomos, mas um passarinho me contou que somos feitos de histórias”.
(Eduardo Galeano. O Caçador de Histórias. 2016)
O deslumbramento foi tal que, mesmo com o tempo chuvoso em Niterói, levei as três netas para a Exposição Redescobrindo o Brasil em fios: 200 anos de histórias e memórias bordadas, inaugurada sábado (8). Com curadoria de Ricardo Lima e Marisa Silva, a exposição itinerante inspirada no Bicentenário da Independência do Brasil exibe criações de artesãos de 28 municípios do Rio, que me trouxeram remotas lembranças da dona Zulmira, vizinha do bairro de Aparecida, em Manaus, além de recuerdos mais recentes do Chile.
À tardinha, sentada na calçada em frente à sua casa no beco com esgoto a céu aberto, dona Zuzu enrolava fios com bilros – instrumento artesanal de madeira para trançar e fazer renda sobre uma almofada. Mas manteve a técnica em segredo, nunca ensinou a ninguém, talvez por isso Deus a castigou e ela demorou a namorar com seu Fiúza, funcionário do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), que a provocava cantando o conhecido xaxado do namoro de Maria Bonita e Lampião:
- Olê mulé rendeira, olê mulé rendá. https://www.taquiprati.com.br/cronica/1802-um-fio-teu-nao-foge-a-luta-o-brasil-atraves-dos-bordados

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