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Um bom sinal – a conferir

Justiça histórica contra o golpismo. Este o título do editorial d’ O Estado de São Paulo, nesse 12 de setembro de 2025. Na matéria, o jornalão dos Mesquista considera engrandecedor para o Brasil e um ato de plena e irrefutável – necessária, também – justiça a condenação dos terroristas de diferentes níveis, engajados na tentativa de um golpe de estado. Sem ignorar eventuais equívocos dos julgadores, atribuíveis sobretudo à fraqueza humana, o editorial destaca o ineditismo do julgamento, destacando nele as virtudes que todos proclamam democráticas, mesmo quando enxovalham os valores sobre os quais repousa qualquer democracia legítima. Lembrando a reincidência da intervenção militar na vida política brasileira, de que 1889 parece inaugural, o Estadão discorre sobre as atividades do personagem que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal consideram o líder de uma organização criminosa, desde que ele ganhou notoriedade – triste e patética notoriedade! Mesmo que um dia ainda ocorra a algum cineasta documentar os fatos em cuja análise e julgamento o STF põe fim, desde logo se há de relacionar a justiça ora feita ao resultado não de um só ato ou de um conjunto inorgânico de atos isolados, mas do conjunto de toda uma obra. Isso, dito nas palavras próprias do editorialista, constitui o cerne do artigo, que pode constituir peça histórica das mais importantes para a compreensão do momento histórico que vivemos e a marca de novo padrão de ação política. O uso do direito de opinião que o anonimato das redes enfraquece e envilece. O Congresso não é poupado e, se os que o integram nas duas Casas estão realmente dispostos a reverter sua mais recente trajetória ofensiva ao Poder Judiciário e realmente comprometidos com a moralidade pública e os direitos humanos, logo abandonarão o propósito de premiar os delinquentes apenados. Sempre será justo atribuir caráter promissor ao desfecho desse – tantas vezes esquecido – devido processo legal, desprezado e agredido pelos autoritários de todos os matizes. Nesse sentido, é igualmente oportuno mencionar que o próprio jornal paulista pode aproveitar a oportunidade para fazer o mea culpa. No período 1964-1985, não faltou o apoio d’ O Estado de São Paulo à tortura e aos assassinatos de que a História já dá conta.

 

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