Toda ditadura mata
- Professor Seráfico
- 1 de abr.
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Atualizado: 1 de abr.
A ditadura mata, disse a ministra Carmen Lúcia. Seu colega Flávio Dino foi mais longe, enriquecendo a precisa sentença da ex-Presidente do Supremo Tribunal Federal: a ditadura mata não apenas no primeiro dia, mas todos os dias e ainda deixa seu rastro de morte, depois de superada. A jornalista Flávia Oliveira e o historiador Carlos Fico exemplificaram, lembrando a falsidade da inexistência de vítimas físicas, agredidas, torturadas ou mortas, antes de decretado o Ato Prostitucional n°5, de dezembro de 1968. (Era assim que o chamava o "Sobral Pinto da Amazônia", advogado paraense Alarico Barata). A jornalista do Globo indicou mortos no Rio de Janeiro, nomeando-os, já no dia 1 de abril de 1964; o historiador informa que, na capital pernambucana, foram mortos pelo menos dois estudantes, no mesmo dia. Em Belém, no Pará, um estudante de Direito recebeu a bofetada do oficial do Exército, que comandava a invasão da sede da União Acadêmica do Pará - UAP, na noite de 1 de abril. Chamava-se o agressor José Lopes de Oliveira, o coronel "Peixe-Agulha", falecido depois de ter sido empregado da empresa fabricante de tintas Atinco, de propriedade do então deputado federal cassado, Gilberto Mestrinho. O estudante agredido é o autor deste artigo, absolvido em 07 de dezembro de 1967, pelo Superior Tribunal Militar, das acusações reunidas em IPM - Inquérito Policial Militar, de subversão. No acórdão do STM, aprovado por unanimidade, estão as assinaturas, dos membros do colegiado: Ernesto Geisel, Pery Constant Beviláqua, Armando Perdigão, Waldemar de Figueiredo Costa, Francisco de Assis Corrêa de Melo, Octacílio Terra Ururahy, Silvio Monteiro Moutinho (todos oficiais-generais das três armas), Olympio Mourão Filho (General Presidente do STM); Octávio Murgel de Resende (relator), João Romeiro Neto, Alcides Vieira Carneiro, Waldemar Torres da Costa (todos ministros civis). Ainda não fora editado o Ato Institucional n° 5, que mandou pelos ares qualquer escrúpulo. Como o disse um de seus subscritores, autor de atos e fatos ocorridos no charco, em livro chamado Terra Encharcada.
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