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Foto do escritorProfessor Seráfico

Temos tudo para sair da promessa

Insisto, na esperança de saber algum dia, ter havido alguém que o leu ou ouviu: o futuro que o suíço Stephen Zweig viu não se apagou de todo. O Brasil pode, sim, realizá-lo! Vencer a frustração do nosso hóspede e, valendo-nos das condições naturais e humanas dos que nele sobrevivem, realizá-lo, não como a terra da eterna promissão, mas a terra de permanente realização. Elenquemos as razões por que, diferentes dos demais - a maioria, certamente - dos países, nosso encontro com o futuro se torna exequível. Em primeiro lugar, nossa extensão territorial. Vista pelos pessimistas como um entrave, a grandeza territorial é, ao contrário, favorável a projetos e sonhos impossíveis aos nossos irmãos de outros pontos do Planeta. Porque dispomos de extensa área (8,5 milhões de km2), também desfrutamos de condições ambientais diversas, de tal modo que carências decorrentes de fenômenos sazonais sempre encontrarão meios de compensação. Enquanto no Sul há estio, o Norte recebe fartas águas; se os gaúchos e seus vizinhos sofrem o efeito das geadas e temperaturas baixas, o sol banha a costa nordestina. A vegetação esturricada pelo sol do agreste tem como resposta as safras de outras regiões. Daí a possibilidade de serem exploradas (desde que racionalmente) espécies vegetais e animais propícias à alimentação de todos os brasileiros, em igual nível de nutrientes. Desde que, é óbvio, não falte a infraestrutura correspondente. Apontem-me carência energética, e lhes direi que só um limite se terá tornado fundamento dessa indicação: a ignorância a propósito das fontes de energia com que a natureza dotou o Brasil. Se eólica, se hidréletrica, se bioenergética, se provinda das águas pela alteração térmica - tudo isso será encontrado em nosso território. A dificuldade de comunicação desastradamente apontada, encontra robusta resposta na possibilidade de serem utilizados os cursos d'água, não apenas na região considerada poeticamente o Planeta das Águas, mas em quase toda a extensão do País. Quando os rios não suportariam tráfego intenso de embarcações gigantescas, sempre se encontrará terreno propício à construção de rodovias e ferrovias não-agressivas ao meio ambiente. Recursos florestais não faltam, tanto quanto são numerosas as fontes de proteína animal, desde que se prestigie, apoie e financie a produção de conhecimento aplicável a cada uma delas. Por último, mas sem a pretensão de exaustividade. é bom lembrar, enquanto oportuna, a pirâmide etária de nossa população. Ainda dispomos de expressivo contingente da população em condições de participar do mercado de trabalho,

condição cada dia comprometida com a queda na taxa de fertilidade.

Alguns dirão que sonho. Não posso contestá-los. Fazê-lo seria renunciar à condição mais humana de que me considero portador. Não sei de outro animal que sonhe. Menos, ainda, que o sonho tenha outro limite, se não aquele imposto pela própria experiência do Homem. Se ainda não foi tentado, que o façamos!


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