Muito se tem conhecido, mais ainda há a conhecer a respeito da matança de judeus promovida pelo nazismo, a que se deu o nome de holocausto. O episódio, solertemente negado pelos amantes da guerra e produtores da morte, não obstante decorrido perto de um século, ainda sobrevive. Não mais praticado às claras pelos seguidores de Hitler, mas não é este o problema atual. Os que o praticam fazem-no da forma mais despudorada, não raro sob o olhar indiferente de chefes de estado e lideranças políticas e empresariais, muitas das quais perderam pessoas próximas, submetidas às balas dos fuzilamentos ou aos gases exterminadores. Se o conflito de que o território ucraniano é apenas o palco, faz-se tragédia causada por aspectos discutíveis, a conflagração entre Israel e os palestinos não o é. Nem tão longe assim ela teve suas origens, pois ainda há quem se lembre de 1967. Ali, o pensamento colonialista capturou qualquer possibilidade de dar àquele povo o Estado que, por influência de Oswaldo Aranha, foi dado
aos israelenses. O drama dos palestinos, tão velho quanto o dos descendentes das doze tribos, agravou-se quando parte do seu território foi tomada, em seis dias apenas. Isso levou à expansão do território controlado por Israel, que tomou a Península do Sinai, a Cisjordânia, Gaza, Jerusalém oriental e as colinas de Golã. Lá, desde então, instalou-se o cenário da tragédia vivida por um povo permanentemente encurralado e posto sob o tacão do colonizador. Não há guerra que mereça, por mais que as simulações sejam sempre tentadas, chamar-se santa. Todas são diabólicas, tanto quanto os pretextos e interesses que a elas se subpõem. Grave, porém, quando um dos contendores diretos padeceu os mesmos sofrimentos agora por ele mesmo levado ao inimigo. O dedo comum em ambos os holocaustos já não há quem desconheça. Ele não está apenas pressionando o gatilho das armas que matam direta e desavergonhadamente; ele paira acima de todos os heróis das más causas, quando produzem e vendem armas, disseminam mentiras e inventam pretextos, pois esse o único expediente capaz de engabelar cidadãos e influenciar governantes de outros países. Os primeiros, para convencê-los de que a mentira tem foros de verdade; os outros, para tirarem para eles mesmos ou para aqueles por eles controlados os ganhos materiais resultantes do conflito cujo fogo ou rastilho foi por eles acionado. No caso particular da selvageria praticada no território que Oswaldo Aranha defendeu, ninguém deveria ignorar quanto a nação que se diz atacada desrespeitou decisões do Conselho de Segurança da ONU, sem que esse organismo internacional jamais se interessasse por manter as decisões da autoridade coletiva que as produziu. A disposição para negociar, mesmo no plano individual, torna-se maior, se maior é a compreensão que se tem do ato de que um dia se terá beneficiado uma das partes. Da guerra NA Ucrânia, alguém já disse estar Joe Biden empenhado em que ela se desenvolva e permaneça, até a morte do último ucraniano. Quem sabe o governo norte-americano - mas não apenas ele - queira, no conflito mais recente, que não sobre um só dos palestinos e dos israelenses?! A conferir.
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