É certo que o Mundo mudou muito, no período do pós-guerra. A bala viva e nunca perdida substituiu a guerra fria. A pílula da infertilidade e o computador foram criados. O mapa-mundi alterou-se. O nazifascismo renasceu do que pareciam cinzas. Fênix ao contrário, a ideologia supostamente derrotada pelos Aliados rendeu-se apenas militarmente. Do ponto de vista ideológico e político, emerge com insuspeito vigor. A democracia prometida avançou alguns passos, retrocedendo muitos mais. Essa uma consequência imprevista, embora previsível, do desmoronamento do arranjo que sucedeu a Segunda Guerra Mundial. Mesmo a nação que se autoproclamou modelo de democracia sucumbe diante de outros interesses, raramente identificados como os das populações. Soçobra ao peso do dinheiro que tudo compra. E tudo oferece, ainda quando a promessa nada tem a ver com os valores cultivados e cultuados em templos cujas imagens não guardam coerência com as palavras do discurso. A tal ponto, que de promotor do golpe em nações que lhe rendiam homenagens e ofereciam subserviente alinhamento, o governo norte-americano se vê tomado por um empresário hostil à democracia. Depois disso, a tentativa de, em seu próprio proveito, tentar reverter o resultado de um pleito eleitoral legítimo. Restam, ainda, reservas que sempre foram propositalmente ocultadas, como a de atribuir a vitória ao candidato que tem menos votos dos eleitores. Fórmula que, ocorrida em nações menos ricas e poderosas, seria dita adversa ao que se entende por democracia. Mas é assim, e assim há de ser entendida a legitimidade desse processo. Pior é constatar o crescente registro da tomada do poder, pela via do voto, por autoritários de todo matiz - desde os que fazem das armas com que os cidadãos se pensam defendidos seu único apoio, até os que pervertem o processo eleitoral pelo uso farto do dinheiro. Esse valor ao qual todos os demais valores são submetidos, transformador do cidadão em consumidor, não mais que isso. Se excluirmos a tradição latino-americana e africana de levar ao poder políticos hostis à democracia, a Europa pós-queda do Muro de Berlim promove a ressurreição do nazifascismo, em aparente competição com muitas das nações de outros continentes. Turquia, Grécia, Israel, Polônia, Hungria, Itália, Holanda esmeram-se em desmentir a vitória da democracia, uma vez encerrada a II Grande Guerra. De lambujem, a sensação de que nunca o nazifascismo se mostrou tão presente
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