Leio em Exame, que Samuel Hannan generosamente me oferece, interessante matéria sobre o prêmio Nobel de Economia-2015, o Professor Emérito da Princenton University, Angus Deaton. Ele e a mulher, Anne Case, timbraram a expressão "mortos pela desesperança". Com ela, caracterizaram o "fracasso das políticas liberais", exemplificando com a crise econômica asiática dos anos 1990 e a crise financeira de dimensão global, de 2008. Nascido em Edimburgo(Escócia), Reino Unido, o autor de Economics in America (As ciências econômicas nos Estados Unidos), o também Emérito pela Columbia University crítica os colegas que esqueceram os fundamentos dos pais fundadores da Economia, Adam Smith e John Locke. Por isso, desviaram a trajetória original da disciplina econômica, cuja origem repousa na Filosofia, abandonada em benefício do mercado. Nesse sentido, Deaton crítica seu colega Lawrence Summers, reconhecendo nele, porém, talento e conhecimento aoreciáveis. Nem por isso o professor de 78 anos omite a contribuição do ex-Secretário de Tesouro e ex-Presidente de Harvard ao fracasso das políticas que levaram às "mortes pela desesperança". Esse o resultado que o Prêmio Nobel de Economia-2015 vê explicitado pelo aumento do número de suicídios, uso de drogas e referentes ao alcoolismo. Summers, em resposta, atribuiu às análises de Deaton um caráter e uma resposta "arrebatadora de esquerda, não uma análise séria". De resto, a mesma resposta oferecida pelos que ignoram a desigualdade crescente ou fazem pouco caso dela e não incluem em suas próprias interpretações do fenômeno econômico. O mais recente livro de Angus Deaton foi lançado no último dia 3 de outubro. O próprio autor diz tratar-se de um mea culpa, o que por si mesmo revela ter o autor transitado para uma posição mais atenta às demandas sociais, como não o terá feito o ex-Secretário do Tesouro norte-americano. Em todo caso, Deaton está convencido de que o avanço tecnológico que elevou a expectativa de vida trouxe com ele tempos melhores. Mesmo à custa de aprofundar e ampliar a desigualdade em nível planetário. Ele, concluo eu, não se sentiria à vontade, caso alinhado com as ideias e políticas ainda hoje defendidas por Lawrence Summers. Muitos consideram mordazes as palavras do Professor Emérito de Princenton e Columbia.
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