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Para saber mais sobre a MINUSTAH

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

Ainda se haverá de pesquisar muito e muito escrever sobre a presença das tropas brasileiras no Haiti, no terceiro lustro deste já não tão novo milênio. Nosso Exército foi levado para lá, com a tarefa de devolver àquele país a estabilidade política claudicante em outros períodos, agravada no que vai de 2004 a 2017. Sob o comando dos militares brasileiros, desenvolveu-se a Minustah – Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti. Dois anos os militares brasileiros permaneceram naquele país centro-americano. Decorridos sete anos, desde o encerramento da missão, é vergonhoso ver como ficou o Haiti e quais as consequências da intervenção da ONU. E vez de defender os direitos humanos, os soldados da Minustah se converteram em violadores: estupros, repressão de manifestações, abuso de autoridade, interferência no processo eleitoral, dentre outros atos inaceitáveis amplamente documentados”, como consta de carta contra a intervenção, firmada por entidades e defensores dos direitos humanos. O ambiente político foi agravado, no período, por uma epidemia de cólera, a que se atribuiu a morte de pelo menos 30.000 mortos, o mesmo número que o ex-capitão excluído das forças armadas brasileiras dizia ser a meta de uma guerra civil em território brasileiro, para ele desejável. Lá também não faltaram golpes militares, sendo mais longo o governo por esse meio instalado nos quase quinze anos. Como afirma o Professor Miguel Sá Borba, o Haiti parece passar por um novo processo de recolonização, embora tenha sido o país que mais cedo interrompeu a ação dos colonizadores. Sua independência ocorreu em 1804, mas 120 anos depois indica a possibilidade de retornar ao status quo ante. A Rede Jubileu promove, agora campanha intitulada Dívida e Reparações para o Haiti e Porto Rico, sendo importante indicar a elaboração da tese de doutorado assinada pelo professor da UFRJ, que também leciona no Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (IRI/PUC-RJ). Talvez conhecermos em minúcias como se comportaram os interventores, sob o comando de brasileiros, sirva para ajudar a construir um futuro menos sombrio. No Haiti, mas sobretudo no Brasil.

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