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Pagar pra ver?

Eximir o deputado Quaquá de punição será um despropósito, ainda que ele tenha lá suas motivações. A agressão física por ele praticada contra um agressor verbal do Presidente da República não encontra respaldo nas leis e nas normas que disciplinam a atividade parlamentar. Nem tem tal cobertura a conduta de um tal Gilvan da Federal, que ameaçou o senador Mourão. Ambos, portanto, devem ser punidos. Ainda que falte a grande número de seus colegas autoridade moral para fazê-lo. Se nem todos têm-se desviado da conduta exigível de um parlamentar, é expressivo o número dos que assim se conduzem. Certa leniência com que têm sido tratados deputados e senadores faltosos concorrem para o pouco respeito granjeado pela representação política, estímulo à reincidência de muitos detentores de mandatos. O processo de desmoralização da representação política não interessa aos democratas. A desmoralização está ligada àqueles que, abominando a Política, atacam-na furiosamente e, mesmo quando postulam por um mandato, fazem-no com a intenção de enfraquecer a democracia. Dizem-se apoliticos e nada fazem além de praticar atividades políticas. Só que sua inspiração não é a defesa e o fortalecimento do Estado Democrático de Direito. Ao contrário, como ratos instalados nos esgotos, roem por dentro o espaço a que têm acesso. O pior de tudo é que à gente desse tipo não tem faltado o voto do eleitor. O fenômeno não é novo, nem sua ocorrência cessou, quase um século depois da chegada ao poder alemão de um desses inimigos da democracia, talvez o mais conhecido deles. De Hitler sabe-se ter sido responsável pelo holocausto. Vamos pagar pra ver?

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