Muralhados e abrutalhados
- Professor Seráfico
- 31 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de fev.
Impossível negar. A desigualdade produzida em escala global pelo capitalismo põe à luz os valores a que corresponde o modelo de sociedade imposto à maioria das nações. Diante da escassez de argumentos e provas que atestem a suposta superioridade do mercado sobre as demais hipóteses de desenvolvimento, social e humano, preponderantemente, os capitães-do-mato valem-se de expedientes em nada diferentes dos que usaram Stalin e Hitler. Cada qual a seu tempo e em suas peculiares circunstâncias. Todas, na primeira metade do século que passou. Embora o Mundo se tenha alterado do ponto de vista científico e tecnológico, os avanços não encontram correspondência no que toca os valores, especialmente aqueles que têm a ver com as exigências do ser humano. Não se trata, aqui, de classificar qualquer ser vivo como tal, apenas porque as patas dianteiras já não tocam o solo. Porque, como tudo na face da Terra, criado pelo homem ou pela natureza, nem sempre tem aparência digna do nome que lhe é dado. Quando Trump anuncia a transformação de Guantanamo em gulag ou campo de concentração, ele não faz diferente de sua musa inspiradora, cujo império planejado para durar um milênio não demorou a ser empurrado para os covões da História. A tentativa do Presidente norte-americano, gesto abrutalhado, mas não surpreendente, não obstante, tem seguidores. Dentre estes, o colega que infelicita a Argentina prepara-se para dividir seu país da Bolívia.. Um muro de 200 metros seria a réplica do Muro de Berlim, cuja queda ensejou estrepitoso festejo nos currais da direita internacional. Fato histórico, no início da década dos 80 do século XX, agora nos coloca diante da expectativa de repetir-se - como farsa, é óbvio.
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