Tenho chamado mentalidade zonafranqueana a certo modo de ver o Mundo. Algo expresso no que chamamos visão de mundo, em todo caso orientador de interpretações do ambiente social e físico em que estamos envolvidos. A tomada de decisões a inclui como fator importante na escolha das pessoas, delas não podendo fugir os governantes. Quando a mentalidade que interpreta é a mesma que decide, da coerência de uma coisa - a interpretação, com a outra - a decisão - a visão de mundo de uma só pessoa ou de pequeno grupo se impõe. Se isso não faz prosperar qualquer veleidade democrática, sempre causa danos à maioria. Pois o tipo de mentalidade a que me refiro se inclui nessa condição. Digo-o, como dizia faz mais de 50 anos, que a submissão a interesses que nada têm a ver com as necessidades da população de Manaus, do Amazonas e da Amazônia, além de não trazerem benefícios duradouros para a Região, colocariam nas mãos (e nas mentes) de nossos irmãos (?) de outras plagas a nossa economia. Os daqui, por maior o esforço feito, no máximo se investiriam do papel de prepostos. É ao que assistimos. Sem vínculo de qualquer outra ordem, que não o econômico, impossível cobrar amor e lealdade à história do lugar e da população que o habita. Penso, até, demasiado dizer que há vínculo para além do monetário, eis que a Economia é ciência humana, diretamente ligada à satisfação de pessoas, não à dos autômatos que as vêm substituindo. Outro dado dessa mentalidade diz respeito à carência de investimentos com efeito social, a despeito da exorbitante multiplicação da riqueza pessoal ou grupal dos que são atraídos pelos favores fiscais. Do ponto de vista individual, é admissível o silêncio quando se fala das carências do SUS. Quem pode pagar contas do Hospital Albert Einstein ou do Sírio-libanês não tem interesse em melhorar os serviços à saúde dos pobres. Ao Estado cabe, no entanto, corrigir essas distorções e injustiças. Se o Estado é capturado pelos interesses minoritários, aí então, a mentalidade não faz outra coisa, se não ampliar as injustiças. Comparem-se os lucros obtidos com nossos índices de desenvolvimento! É o quanto bastará para ilustrar o conceito a que cheguei. Algo diferente do preconceito, que dispensa a observação da realidade.
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