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Mea culpa

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

Chegou a hora da queda de todas as máscaras. Os mais recentes episódios relacionados ao terrorismo praticado desde novembro de 2022 a janeiro de 2023 gerou a melhor oportunidade de o Brasil ser literalmente passado a limpo. Da delação do ainda militar Mauro Cid, até a chegada de um quatro-estrelas a um aposento de quartel feito prisão, não se tem lido e ouvido mais que a confissão sem genuflexão. As tentativas de causar confusão na apuração dos atos delituosos frustrou-se tanto quanto a intenção, a mobilização de recursos e a operação para matar o Presidente Luís Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alkmin e o Ministro Alexandre Moraes. O membros do Supremo Tribunal Federal feito relator dos crimes cometidos pelos que desejavam voltar ao trágico passado abriu novas e favoráveis perspectivas aos que desejam um Brasil respeitado pela comunidade internacional. Se bem que essa direção se venha mostrando provável, pela influência que passamos a revelar, isso pode e deve ser apenas o começo. Importa pouco ver na participação de Lula nas reuniões com seus colegas governantes de outras nações, as intenções pessoais que o animam. Todo aspirante a oficial sonha chegar a general. No caso de Lula, é indissociável o desempenho de seu atual mandato com a realização de preeminência no palco internacional. Daí sua entrega à tarefa de pacificar o País e concluir seu terceiro mandato como dos maiores presidentes que o Brasil já terá tido. Mesmo se erros venham por ele sendo cometidos, o maior dos quais ceder aos caprichos e às chantagens de políticos afeitos ao que de pior há no sentimento e na conduta humanos. Voltemos ao início, para registrar palavras e ações reveladores da oportunidade que se coloca diante de nós. Antes, um dos poderosos de uma república por ele e seus companheiros agredida, o general Braga Netto já sofre a rejeição de numerosos colegas de caserna. Não é outro o sentido de recentes declarações dos chefes militares, quanto aos atos delinquentes por ele praticados. É claro o propósito de, defendendo a instituição militar, seus comandantes negarem o abraço de afogados pretendido pelo oficial superior agora preso. Não é apenas o Exército, no entanto, que deixa transparecer seu repúdio aos atos terroristas em que se envolveu um de seus destacados membros. Logo em seguida, é a numerosa bancada da Frente Parlamentar Agropecuária (a bancada do boi), que emite nota, exigindo a apuração dos enriquecidos pelo agronegócio que financiaram os atos terroristas articulados, gerados e estimulados pelo que a mais alta corte de Justiça chama de organização criminosa. Se há sinceridade ou não em tudo isso que parece uma confissão de culpa e arrependimento, só o futuro dirá. E o confirmará, se não esmorecer o ímpeto da Polícia Federal por executar as missões institucionais que lhe assegura a Constituição, seguido sem temor o devido processo legal, no âmbito do Poder Judiciário. Tudo, sem bravatas, sem ofensas à república e ao Estado democrático de Direito, ao avesso do que pretendiam os terroristas, seus chefes, financiadores, articuladores e puxa-sacos de todo quilate. Se, ao final da confissão, ainda assim os delinquentes não se ajoelharem, isso será o de menos. Basta dar-lhes ao invés da hóstia, as penas legalmente cabíveis, e 7já estará de bom tamanho. Esse, porém, será apenas o primeiro passo de uma nova História. Os parlamentares que se apropriam, sob os mais vis expedientes, do dinheiro dos contribuintes; os empresários que enriquecem à custa de isenções, subsídios e favores fiscais e tributários de toda ordem, talvez venham a pagar salários justos a seus empregados. Pode ser até que muitos deles, sonegadores, também paguem suas culpas. Basta declarar impostos sem os artifícios que os tornam cada dia mais ricos. E - quem sabe - cheguem a expulsar de seus órgãos de representação os corruptores contumazes. Sem a zombaria de repetir o que ocorre no Poder Judiciário, quando magistrados têm suas culpas confessas pagas com gordas aposentadorias. No meio militar, com pensões semelhantes às prebendas de qualquer natureza, próprias das capitanias hereditárias. Sob o pretexto da morte não morrida.

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