Se ainda havia alguma dúvida a respeito da inconveniente e quase esperada transferência do Ministro Flávio Dino para o Supremo, parece que agora a situação fica mais definida. Digo-o, em favor da permanência dessa autoridade no posto atualmente ocupado, o ministério que trata da Justiça e da Segurança Pública. Nenhum outro ocupante do cargo, antes dele, revelou-se tão capaz de enfrentar o crime organizado e as ameaças contra o Estado Democrático de Direito. E - é bom não esquecer - as relações entre um e outras. Dotado da coragem que Guimarães Rosa indica como necessária à vida humana digna, Dino ainda traz consigo a experiência da magistratura em âmbito federal, e o exercício de mandatos no Poder Legislativo e no Poder Executivo. Nestes, pode construir conhecimento que extrapola dos livros e resulta da atenção cotidiana dada às questões mais cruciais para o combate a que ele se tem dedicado. A chacina praticada por agentes que ainda não se tem identificados não tem sua gravidade atribuída apenas porque se trata do assassinato de três pessoas de alguma forma vinculadas a políticos e partido sabidamente avessos à barbárie buscada por parte das lideranças nacionais. Nesse aspecto, os investigadores e julgadores não podem deixar de lado a multidão de apoiadores desses atos, ainda que afastados da atividade política ostensiva. Trata-se dos que, engajados na disseminação de fake-news e empenhados em engrossar as teses negacionistas, instigam os bárbaros ao cometimento de crimes, à revelia dos sentimentos da maioria dos vitimados e suas respectivas famílias. Se as vítimas pessoais morrem em decorrência da violência assim produzida e naturalizada, a sociedade morre um pouco, à medida em que tais atos são praticados. Por isso, ao mesmo tempo em que serão buscados os autores diretos da chacina da Barra da Tijuca, outros delinquentes devem ser chamados à responsabilidade. Sabem-se das práticas dos terroristas, unidos pelo propósito de gerar o pânico na população e, depois, implantar governos autoritários. Essa tem sido a fórmula, aprendida na Revolução Francesa. A ignorância dos que se dedicam e apoiam intento tão maligno não lhes permite saber que os que implantaram o terror no século XVIII na França tiveram quase todos a cabeça posta sob a lâmina do invento do dr. Guilhotin. Sem patíbulo e sem lâmina, reivindicar a manutenção de Flávio Dino no Ministério da Justiça e da Segurança Pública e tê-lo cada dia mais afirmativo e corajoso à frente da luta contra o crime, sempre sob o devido processo legal, é o melhor que se tem a fazer. A hora é esta! Punição para os delinquentes, ostensivos ou escondidos - é tudo quanto se pode por enquanto pedir.
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