Mais de processo criativo
- Professor Seráfico
- 26 de mai. de 2022
- 2 min de leitura
Talvez tenha ficado alguma dúvida com os que leram o texto anterior (23-05-2022) neste espaço. Dos poucos leitores, alguns poderão ter se perguntado se apenas o sono ou o sonho me levam a escrever algo, prosa ou poesia. Não custa, portanto, acrescentar outras oportunidades que (digamos assim) detonam a elaboração de algum texto. Pode ser na contemplação de uma paisagem natural ou na visão de uma cena de rua. Um mendigo na faixa de um sinal de trânsito, o morador de rua tão perseguido, um casal de jovens trocando carícias na praça, o veículo abalroado pelo outro, ambos os condutores entretidos na conversa ao telefone. Ou saídos de uma reunião em que o consumo de álcool deu o tom. Tudo, tanto quanto o aparente nada, pode despertar a vontade e o ímpeto de escrever. A mim não têm faltado essas oportunidades, assim como não me faltam o lápis e o papel providenciais. Basta deter o veículo no primeiro sinal, para apanhá-los e deixar registrado o mote, ou o motivo para escrever. Também a conversa solta, com crianças e jovens, sobretudo, levam-me à escrita. Não que os mais velhos (porque exaustos, não idosos) não tenham o seu lugar garantido. Eles o têm, em especial quando não veem como verdade insofismável, peremptória, pronta e acabada para o consumo, o que dizem e o em que dizem crer. Se tenho lápis e papel enquanto converso, as dicas são logo anotadas. Se não, mal chegado em casa, ou faço a anotação devida ou me ponho diante do computador. Daí têm saído alguns dos meus textos, depois de abandonarem a cabeça onde foram gerados. Pode-se até assemelhá-la à máquina que tenta aproveitar toda a matéria-prima que ela processa. Sendo o ingrediente mais importante a Vida. Dizer dela é o que compete a quem gosta de escrever. E de ser lido, por óbvio!
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