Importar ou exportar, o que interessa?
- Professor Seráfico
- 28 de mai.
- 2 min de leitura
Esta alguém há de me explicar, de maneira convincente. Resume-se em desfazer o nó que foi posto dentro da minha cabeça, desde que esse ser fantasmagórico chamado mercado reagiu ao aumento do IOF. A razão (!!!) maior da hostilidade contra o monstro estaria voltada a manter e garantir livre exportação de fabulosas somas em dinheiro, a título de investimentos. Até então, eu só conseguia ver euforia e alegria insuperáveis naquele senhor invisível (mas de que todos sabem o endereço, o cnpj, cpf e práticas), no anúncio de atração de dinheiro estrangeiro. A conquista de investimentos, benefícios de que os donos dos capitais-visitantes e seus associados subalternos são os únicos favorecidos. De lambuja, alguns trocados, disputados despudoradamente pelos partidos políticos e as bancadas, deles e da bala, da Bíblia e do boi, no Congresso Nacional. Precisamos atrair investimentos, dizem os servos desse deus perverso. Trocando em miúdos: trazer dinheiro de fora é o de que deve tratar qualquer governo posto sob a condição de refém, em relação ao andar de cima (se menciona-lo não desagrada a Elio Gaspari). Pois é nesse andar que se instala a fantasmagórica personagem, irritada hoje, quando o Executivo busca impedir a exportação do pouco que serviria à dinamização da economia pátria e - pelo menos como subproduto, a criação de subempregos aqui mesmo. Assim é que me parece o cerne da disputa. Entre a importação de capitais, atraindo-os para movimentar a economia de mercado representada por milhões de brasileiros (ainda que só a poucos seja dada a oportunidade de consumir) e exportar o que excede da capacidade, oportunidade, necessidade e vontade de consumo da reduzidíssima minoria dos que aqui vivem (brasileiros ou não), eis que o deus e dono de todas as coisas e gentes impõe seus apetites. Se houver alguém que se ache em condições de, honesta e humanamente, esclarecer-me a respeito, apresente-se, por favor. É possível até que as limitações de minha inteligência não me deixem entender o que me parece contradição. Outros, porém, estou certo de que se darão por satisfeitos. (Felizmente, amigo muito próximo e competente confirma minhas suspeitas sobre a contradição exposta).
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