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Diálogo amazônico

Atualizado: 5 de jul. de 2022

Acabo de assistir, on-line, a um debate (se não é exagero dizer assim) sobre a economia amazônica, amazonense em especial. Apresentado por Márcio Holland e mediado pelo professor Daniel Vargas (EAESP/FGV), o diálogo contou com a participação do Secretário de Estado da Fazenda do Amazonas, Alex del Giglio e do professor Samuel Pessoa, do Instituto Brasileiro de Economia/FGV. A intenção, ao que pude perceber, seria apontar caminhos para o desenvolvimento econômico, constatadas as restrições atuais e as ameaças que pairam sobre a região. De forma unânime, as manifestações dirigiram-se sobretudo aos percalços por que passa a política de incentivos fiscais concedidos à produção das unidades integrantes da zona franca instalada na capital amazonense. Dois aspectos, dentre outros que poderia destacar, chamaram minha atenção. O primeiro deles, o apego dos expositores à expressão capital humano. No meu entendimento, não mais que a revelação do homem como simples, pobre e mero fator de produção. Outro, a transparente negligência de qualquer dos expositores em relação aos fundamentos, compromissos e objetivos da zona franca. Talvez a história econômica da Amazônia conseguisse inspirar melhor os que se dispõem a tratar do assunto. Não faltarão livros, artigos, ensaios e outros materiais onde se encontram subsídios indispensáveis ao trato sério e responsável da matéria. Samuel Benchimol, Armando Dias Mendes, Luis Osíris da Silva, Roberto Santos, Alfredo Kingo Homma, Marcelo Seráfico, Marilene Correa, Serafim Correa, Renan Freitas Pinto são alguns dos que estudaram ou vêm estudando o fenômeno. O curioso é todos destacarem as peculiaridades da Amazônia e proclamarem a necessidade de encontrar respostas na inovação. Na hora de apresentar propostas, todas elas apenas tentam reproduzir experiências frustradas. Mais do mesmo dificilmente se prestará a mais que somar fracassos.

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