Boca do forno

A criação de ambiente propício à confecção de monumental pizza parece transparente. Intensa mobilização de vários setores das elites brasileiras e pronunciamentos e entrevistas reiterados não permitem excluir a repetição da anistia que nivelou por baixo. Vítimas e torturadores fomos postos todos no mesmo saco. A (não sei por que) chamada Assembleia de que resultou a Constituição dita cidadã de 1988, sequer impediu operações como a Lava-Jato. Esta, como se sabe agora, jamais pretendeu o objeto anunciado. Repetição do ambiente ilegal e desumano dos que operaram o golpe de 1964, ela também preferiu os fáceis e falsos caminhos da ilegalidade. De tal sorte o fez, que um de seus mais destacados operadores constituiu-se, ao arrepio da Lei, coordenador, investigador, julgador e tudo o mais em que caiba a palavra dor. Daí para a exclusão da magistratura, foi só um passo. Não, porém, suficiente para reconduzir o excluído para o âmbito da legalidade. Diga-o a tentativa de apropriar-se de dinheiro da Petrobrás, por uma fundação autorizada por colega de Sérgio Moro, afrontando não só as leis vigentes. No mínimo, conduta antiética inadmissível se não punível. Não são poucos, como se tem sabido, os cometimentos heterodoxos (!) da turma liderada por Moro e Dallagnol. Tudo isso e a mobilização em defesa desse tipo de bandido que nem os mais agressivos detratores dos pretos, quilombolas, indígenas e pobres desejam concorre para admitir a preparação do forno em que a pizza será assada. Será?