As vias tortas da direita

Melhor é ir à fonte que beber em fonte secundária. Por isso, sugiro uma visita ao canal do YouTube, em que o jornalista Bob Fernandes denuncia a onda crescente de violência que ameaça o País e cujo processo de ir-e-vir tem ido longe demais e ninguém sabe quando serão saciados os apetites que a orientam. Em vídeo do último dia 06 de maio, Bob relata a descoberta, pelas autoridades policiais do Rio de Janeiro, da trama que poderia tirar a vida de não se sabe sequer estimar a quantidade de pessoas presentes no show de Lady Gaga. Uma espécie de réplica do Rio Centro, em 30/04/1981, atentado de que resultou a morte de um sargento e a amputação de uma perna do oficial, ambos do Exército. Fato que ocorreu como terrível revelação da, pelo menos, inspiração que move os inimigos da democracia e da incompetência técnica daqueles supostamente voltados à defesa da soberania da pátria. No primeiro caso, o frustrado atentado durante o show de Lady Gaga, como no outro caso referido aqui (o terrorismo que acabou por matar um subalterno e lesar seu superior e cúmplice), a inspiração é a mesma: ódio a tudo quanto diz respeito à Vida, ao Amor e à Humanidade. Pois esta é conduta com a qual se identificam todos os que regam com ódio e desapreço a árvore da discórdia e da violência. O mesmo sentimento que leva através das redes (anti)sociais, à mutilação e à morte de crianças e adolescentes ou a operações como o ainda por esclarecer em todos os passos Punhal Verde-Amarelo. Não é diferente, quando jovens decidem comemorar o aniversário de seu sagrado mestre, Adolph Hitler chamado. Matam, regozijados. Nem o que leva ao assassinato de membros das comunidades LGBTQIA+. No vídeo, Bob Fernandes relata o roteiro estabelecido pela direita, sobretudo a partir do domínio do mais rico dos estados brasileiros, onde a probabilidade de governador e prefeito experimentados na prática de homicídios, serem eleitos, se mostra maior. Tudo, em nome da liberdade de quem sempre dela abusou, desfrutando de suas vantagens, porque para isso tem servido a desigualdade por eles mesmos defendida. E cultivada. Se os mais novos souberem ler e interpretar (hipótese excludente de 70% dos letrados) os textos lidos, certamente participarão da caminhada democrática que tanto ameaça os fascistas e cultores do führer. Se não o fizerem, o ódio terá triunfado e as esperanças estarão todas perdidas. Sem que eles mesmos consigam enxergar os caminhos democráticos que por eles deveriam ser construídos. O cenário social não é senão resultado da conduta dos contemporâneos. A opção de cada indivíduo, solitária e coletivamente, portanto, tornará a sociedade um ambiente em que a vida - e, sobretudo, a vida com dignidade - será desfrutada ou, ao contrário, em que serão restabelecidas as práticas da barbárie. A direita fascista já disse o que quer e a que veio. Pior, tem reiterado nas práticas justificadas pelo ódio e pela ojeriza ao diferente. Ontem, o atentado do Rio Centro; hoje, os atentados terroristas culminados com a frustração de 08 de janeiro de 2023; mais recentemente, o desmantelamento das operações que poderiam matar sabe-se quantas dos dois milhões de pessoas que cantavam com a artista norte-americana, em Copacabana. Amanhã, quantos e quais serão as ações terroristas, e quantos mortos, entre adultos e crianças, justificarão as lágrimas dos sobreviventes, enquanto as gargalhadas dos matadores ecoam em imensurável alegria?