A esquerda sempre foi acusada de buscar o poder, não importa o caminho. Embora os golpes de estado que a favoreceram, eles não foram tão numerosos quanto os desferidos pela direita, mundo afora. A revolução sempre entusiasmou os esquerdistas, tendo a revolução de 1917, de que o filme O Encouraçado Potenkin foi símbolo e transmissor, como o grande exemplo. Os que viveram os tempos da chamada guerra fria e puderam testemunhar a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, pós-queda do Muro de Berlim, não podem mais deixar-se iludir. No período do pós-guerra até o início da década dos 1980, a bipolarização do poder mundial tornava quase impossível um terceiro conflito das proporções do experimentado entre 1939-1945. Com o rompimento da guerra fria, o ambiente esquentou. Já não há mais tigres de papel, embora se tenham multiplicado as hienas e serpentes frequentadoras de gabinetes oficiais, quartéis e estabelecimentos industriais e comerciais. Nem se fala mais em cortina de ferro. Sequer a expressão satélites serve mais para qualificar as nações e suas preferências ideológicas. O capital domina tudo, inclusive a linguagem. Leva às últimas consequências seu compromisso de eliminar os menos aptos (não é assim que Darwin denomina os predados, no ambiente natural?), sendo capaz - ele mesmo - de promover revoluções que levam ao passado, não ao progresso. Não preciso sequer dar exemplos, tantos os conflitos fratricidas neste momento em curso em vários continentes. Daí o crescente interesse dos que ainda acreditam na possibilidade de construir um mundo de paz, solidariedade e responsabilidade. Não à custa de arranjos espúrios, como os que os governantes brasileiros teimam em estruturar, sob o pretexto da governabilidade. Pois é de um desses gatos anunciados que vem a reflexão. Começam a surgir os que apostam na confecção de um acordo tão espúrio quanto indesejável, destinado a deixar impunes os golpistas de 8 de janeiro de 2023, a corja que lhes emprestou estímulo, apoio e aplausos. Por enquanto ainda nas sombras, o conluio chegaria antes da eleição de outubro. Viveremos, para conferir. Talvez um carnaval fora de época, mas não pela alegria mobilizadora de Momo. Os palhaços hoje são outros. Sequer se deixam engordar como o rei da folia. O ambiente das academias... de musculação (enganou-se, quem pensou que seria uma academia como a conhecíamos antes) é a preferência. Se já não se precisa mais de bombas, que sejam bombados os agentes de tanta imoralidade!
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