Emerge, já, a alternativa para a pretendida nova ordem mundial, de que o BRICS se faz estandarte. Dos cinco países originais (Brasil, Rússia, Índia e China), mais a primeira ampliação com a entrada da África do Sul, o grupo hoje reúne doze nações, dentre elas algumas das maiores produtores de petróleo do Planeta. Trinta outros estados nacionais batem à porta do BRICS. Forçosamente, antes de propor as mudanças desejáveis na organização e nas relações dos países soberanos, o grupo mudará de nome. BRICS já não dirá tudo, nem passará a ideia sugerida por Asli Aydintabas, do Brookingcs Institution. "Não é um bloco coeso, mas é uma mensagem coesa, sobre o desejo de apresentar uma alternativa à ordem mundial", disse ela. A matéria constitui opinião manifesta do jornalão Estado de São Paulo, em editorial de 25 do corrente. Temos repetido a decretação da inviabilidade do Planeta, a persistir o atual jogo político, em que uns poucos países e pouquíssimos dos seus habitantes acumularão absurda e exagerada riqueza, em detrimento dos que, dia-a-dia, experimentarão vida ainda mais sofrida e amarga. Impossível permanecer indiferentes à desigualdade reinante, causa maior dos males por que passa a humanidade, onde quer que o atual processo de acumulação seja mantido. Arraigado a padrões de sobrevivência construídos por vícios e hábitos pouco saudáveis (pelo menos do ponto de vista da maioria da população do Mundo), o atual sistema não levará a outro resultado, se não ao aprofundamento da desigualdade e às consequências daí decorrentes, caso não sejam perdidas de vista as perspectivas em que se baseiam o capitalismo e as tentativas frustradas do comunismo, como o experimentado na antiga União Soviética e seus satélites. É preciso encontrar algo que satisfação às necessidades daquele grupo de nações um dia chamadas Terceiro Mundo, países subdesenvolvidos, agora emergentes. Mesmo se pudermos dispensar a conveniência de destacar apenas as expressões quantitativas do fenômeno, não é desprezível mencionar que atualmente o novo grupo de países detém 45% da população, 35% do produto e percentual expressivo do território ocupado pelos terráqueos. Para romper esse círculo de ferro em que se encontram aprisionadas, as nações ditas emergente têm que encontrar saída a que o capitalismo e o comunismo não deram resposta satisfatória. Ao contrário, o fenômeno mais relevante do aprofundamento das desigualdades, sociais, econômicas e políticas, muito deve à crise climática ora em curso. A dificuldade em resolvê-la advém do desequilíbrio do poder, do qual decorre por sua vez, a desigualdade econômica enfrentada pela maioria da população da Terra. O editorial do Estadão pode não dizer tudo, nem coincidir, exatamente, com o que temos advogado. Representa, porém, um fio tênue de esperança, e por isso não pode ser contestado irracionalmente. Como tem ocorrido, nestes tempos de (falsa) Teologia da Prosperidade.
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