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A nacionalidade dos pacientes

Excetuando-se as doenças endêmicas, todas os habitantes da Terra podem adquirir a maioria das doenças. As diagnosticadas com alto grau de certeza, tanto quanto outras de que pouco se conhecem as causas, caracterísricas, prognósticos e remédios. Outras ainda estão por ser devidamente esclarecidas. Em todo caso, sempre haverá uma primeira vez. Os médicos sabem, e não se cansam de proclamar, que a prevenção sempre reduz a necessidade da prescrição. Isso quer dizer que a medicina preventiva já reduz necessariamente os custos com a chamada medicina curativa, na poupança de vidas humanas e em termos de recursos. Nas faculdades de Medicina brasileiras, no entanto, aulas de Epidemiologia e Medicina Social costumam ser ridicularizadas por alunos que as comparam com o exercício profissional em áreas lucrativas. Muitos deles, nem sempre tendo condições de instalar consultórios luxuosos, tão ao gosto dos clientes ricos. Essa impossibilidade leva muitos dos médicos a venderem sua força de trabalho a colegas endinheirados. Mesmo assim, essa relação (médico-patrão/médico-empregado) não os separa, quando as autoridades sanitárias pretendem promover a Medicina Preventiva. É bem o caso dos médicos da família e do Mais Médicos. Os primeiros parecem vir sofrendo a deserção de muitos profissionais antes alocados no programa. O outro, programa de nível nacional, vem sendo tenazmente combatido pelas entidades médicas. Precisa-se saber com nitidez se a razão é meramente ideológica ou tem a ver com a relação acima apontada: a prevenção reduz a ação curativa. No primeiro caso, uma resposta até certo ponto anti-hipocrática ao discurso e à decisão do governo Lula. A volta do Mais Médicos, com brasileiros, cubanos ou profissionais de outras nacionalidades, justificada porque o o que interessa é a nacionalidade dos pacientes. No outro caso, a perspectiva de menores ganhos decorrentes do êxito das ações curativas. Um problema antes monetário que sanitário.

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