Pequena, escondia-se atrás de móveis, para não ir à escola. Quando a achavam, era tarde. A aula estava quase no fim. Nem por isso, diplomou-se professora no Instituto de Educação do Pará, tradicional colégio da cidade. Esta, a Belém das mangueiras. Dos cabanos, também. Depois, estudou Letras. O que ela queria mesmo, era fazer Comunicação Social. Professora, não demorou a levar seu talento e extrema criatividade a outros setores. Passou a mexer com algo mais rico e enriquecedor, a Cultura. Por muito tempo, trabalhou na Secretaria de Cultura do Pará. Sem nunca ter renunciado à redação de textos, em prosa e verso. Todos eles comprobatórios de sua verve privilegiada. Não há festa familiar a que negue o trabalho lúcido, limpo, coerente, que tudo embeleza. Desde as mesas onde serão servidos os salgados e doces, até o ambiente por ela imaginado e executado. Raro exemplo de profunda ligação da cabeça às mãos.
Embaixo, mostras do que, como irmão e admirador, escrevi acima.
Desta vez, aproveitou bonecas de uma sobrinha-neta, adolescente que deixou o encanto das barbies que povoam este Mundo nem sempre agradável. Preparou-as, com traje por ela mesma desenhados e confeccionados, a pedido da avó da adolescente Elisa.
Dizer que em 2023 Vitória Seráfico completará 80 anos parece pilhéria. Não, para quem a conhece desde os tempos em que ir à aula parecia sacrifício demasiado. Quem sabe não o era, mesmo?
Parabéns pelas palavras de. Vitória é tudo isso é mais um pouco.