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Sem otimismo - nem pessimismo.

Escrevo quando ainda não se conhece o resultado do segundo turno da eleição presidencial na Argentina.. A rigor, o resultado é o que menos importa, neste comentário.. Qualquer que seja o candidato vencedor, as diferenças entre ele e o governo brasileiro não evitarão o acerto de que ambas as nações dependem... Eventuais rusgas entre os governantes não bastarão para alterar a qualidade das relações durante tanto tempo mantidas entre Brasil e Argentina... A não ser que se instale naquele país platino a insanidade total ou que repentinamente o atual Presidente brasileiro perca de vez o rumo.. Ambas parecem-me hipóteses improváveis, e não por que aposte na ingenuidade de qualquer deles.. Também, não vem da aposta em que um dos protagonistas ou ambos são anjos caídos do céu por descuido. Refiro-me sobretudo à importância que a banda sul do continente deve cada dia mais assumir, diante do redesenho do mapa internacional. Estamos às vésperas de ver o BRICS ampliado e levado a exercer influência crescente no cenário do Planeta. .. Dada a posição (aqui não trato apenas dos aspectos geográficos do fenômeno) estratégica do Brasil, da Amazônia ainda mais, relativa à ameaça climática, eventos que enfraqueçam o Brasil levarão ao sofrimento outras nações. Principalmente as que lhe forem hostis. Se, do ponto de vista bilateral que entretém as relações entre Argentina e Brasil, é desaconselhável a ruptura, mesmo que seja mínima a rusga entre eles. Tal ruptura não enfraqueceria apenas o Brasil, por que seria estendida aos outros países que integram o BRICS, no qual temos peso já reconhecido pela comunidade internacional. Não fora assim, à ex-Presidente brasileira Dilma Rousseff não seria dada a direção da instituição financeira do novo bloco. Os delírios e sandices de que Milei é capaz não bastam, à falta de capacidade para entender o mundo como ele é, para alterar relações tradicionais entre as duas maiores economias da Latino-América, como a chamam os países de língua espanhola.. Se o eleito for Sérgio Massa, as preocupações, legítimas ou não, que cercam a hipótese de vitória de Milei serão menores. Sobretudo por que a suposta esquerdização do governo argentino não consta do ideário peronista, tanto quanto há isso há muito deixou de ser uma unanimidade nos arraiais em que Lula continua a liderança única e incontestável.. Sou demasiado otimista? Duvido.

Mais cedo do que esperávamos, o editor e quantos mais interessados, o resultado. Javier Milei derrotou com expressiva diferença o opositor peronista. Também mais cedo do que a direita brasileira esperava, Lula cumprimentou o eleito. Pôs água no vinho com que os aliados brasileiros do anarcocapitalista pretendem festejar.

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