Pra que humoristas?
A realidade política brasileira, de tão surreal, dispensa criadores de piadas. Diariamente, chegam prontas as anedotas que aliviam os sacrifícios impostos (1) à população. Como diz José Simão, a gente sofre, mas nós goza. O fornecedor, desta vez, é vice-líder do governo no Senado. Também protagonista de tudo quanto gerou peças já nascidas inesquecíveis de nosso folclore politico. Segundo Simão, a descoberta de 30 mil reais – entre as nádegas do Senador, dizem as notícias – constitui crime de CUrrupcão. É também do mesmo humorista o anúncio de que Calvin Klein e a Zorba lançarão cueca com fundo falso (2). Para guardar o dinheiro sujo, condição mencionada no noticiário. Há quem diga que o cofre em que o vice-líder mantinha a grana era, na verdade, o destino recomendado pelo generoso doador. Teria ocorrido uma discussão entre ele e o beneficiário, em torno do valor. O empresário teria jogado o pacote sobre a mesa do parlamentar, vociferando: é só isso – e se não quiser, soca no...O senador não contou conversa. Seguiu à risca a recomendação. Cada dia fica mais difícil ganhar a vida com o humor. Sem mandato, então...
[1]O texto estava pronto, quando Paulo Guedes disse que não tem jeito para continuar pagando o auxílio aos pobres, se não com a (re)criação de um imposto de merda. Escolheu mau momento e pior adjetivo - por mais razoável que seja.
[2]Alguém chegou antes. Já há modelo de cofrinho circulando nas redes.