A certa altura da vida, tem-se a falsa impressão de que nada mais nos surpreenderá ou causará decepção. Quanto mais passamos pelo tempo, somos levados ã ilusão de que falta pouco de diferente para ver, ouvir, testemunhar. Não obstante, somos deparados com o produto de relações sociais e reações ambientais com as quais mais e mais se firma a suspeita tão bem resumida por Sócrates: só sei que nada sei. A busca de compreender os fenômenos, então, gera um estado de perplexidade, quando constatamos a subversão presente em tudo e em todos os lugares. Atribuímos a perplexidade que nos toma à velocidade com que ocorrem as mudanças. Se somos incapazes de percebê-las, logo nos tornamos intolerantes, até mesmo com nossa condição humana - a contradição instalada em cada indivíduo, desde o primeiro sinal de vida. A prrplexidade, pelo menos no meu caso, gera certa paralisia mental, superada (ainda bem!) depois de muita reflexão e leitura. Dois exemplos mais recentes destaco do cenário. O primeiro, contempla o trabalho escravo registrado no Paîs. Presente em expressiva parte do território brasileiro, a escravização de seres humanos faz a riqueza de pessoas que se dizem liberais. Um casamento contraditório. O outro caso refere-se à devolução da capivara Filó. Tirada de seu habitat natural, seja lá pelo motivo que for, Filó foi devolvida a seu dono. Este, saudado por ter conseguido o que seus aderentes chamam liberdade. Nada diferente de pretender eliminar a violência nas escolas, trocando livros por armas.
Perplexidade e liberdade
Atualizado: 2 de mai. de 2023
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