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O viajante Victor Leonardi: o pólen e a raiz

José Ribamar Bessa Freire

"Sinto-me mais próximo do pólen do que das raizes / O pólen voa, viaja sem rumo, erra, acerta, fecunda”.

(Victor Leonardi. As raízes e o pólen. 2010)


Ele era um incansável viajante. Víctor Leonardi nasceu em 1942, em Araras (SP). O pai médico e a mãe professora incentivaram suas primeiras viagens, aos oito anos quando, encantado, seus olhos navegaram por livros da biblioteca municipal situada ao lado de sua casa. Depois seus pés palmilharam estradas de todos os continentes. Com ele andei por algumas: Bélgica, Holanda, Espanha e Marrocos, além da terra de seus avós - Bidoeira de Baixo (Portugal), lembrança compartilhada com o historiador Francisco Foot Hardman.

Diversos foram os meios de transporte. Cruzou o Brasil do Oiapoque ao Chuí de avião, ônibus, trem e canoa. Percorreu toda a América do Sul por rodovia e pegou carona em navios cargueiros nas Antilhas. Transitou pela Europa, Oriente Médio e África, quando transpôs as dunas do deserto do Sahara cavalgando em um camelo. Fez a travessia por vilarejos do Himalaia montado no lombo de elefante. Encarou Tailândia, Laos, Tibet, Índia e Nepal, onde fotografou rinocerontes. Chegou à Polinésia e à Ilha de Páscoa em barco. Circulou por quase 90 países, em alguns dos quais morou. 

Os roteiros de viagens eram inesperados. Ele dominava A arte de viajar à deriva e ressurgir com paixão – título do seu terceiro livro de poesia. Neste domingo (7/12), esse incansável andarilho realizou sua última viagem, saindo do Cemitério e Crematório Parque das Flores, em São José dos Campos (SP), numa caminhada pela trilha sagrada do Peabiru em direção à Yvy marãe´y – a Terra sem Males dos Guarani. http://www.taquiprati.com.br/cronica/1808-o-viajante-victor-leonardi-o-polen-e-a-raiz


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