O pecado de ser bom
- Professor Seráfico

- há 12 horas
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Rememorando os tempos mais obscuros, em que pessoas eram queimadas em público apenas por divergir dos poderosos, veem-se o sinal da Inquisição. No ambiente civil, como na Igreja; nos gabinetes de onde reinam supostos imperadores, como nos templos, interessa mais ouvir deque converter. Se o governante tem a exclusividade do uso da força repressora, não falta ao líder religioso o poder que tolhe manifestações que lhe desagradam. Esse o testemunho dado pelo arcebispo metropolitano de São Paulo, ao suspender e restringir as atividades do padre Júlio Lancelotti. Talvez o mais conhecido dos sacerdotes católicos brasileiros, Lancelotti vê-se impedido de seguir os caminhos que ele e todos os demais colegas de ministério religioso - Dom Odilo Scherer dentre eles - louvam como recomendação de Jesus. É como se estivéssemos voltando à aliança vigente no passado, Igreja e reis unidos no combate aos enteados de um deus inspirado por Belzebu. Como dize-los irmãos, quando a prática do bem atrai a ira, não a solidariedade e o amor ensinados pelo andarilho da Judeia? O golpe dado no padre Júlio Lancelotti não afeta e pune apenas esse legítimo seguidor das práticas de Jesus. Os mais pobres e sofridos habitantes de São Paulo são os verdadeiros alvos da decisão do arcebispo metropolitano da capital paulista.

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