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Maravilhosas

Morreu Senor Abravanel. Como todo ser humano, o dono do Sistema Brasileiro de Comunicação trouxe e leva consigo um legado - o da contradição. Ainda mais, porque essa é condição que cerca todo indivíduo, nem sempre consciente dessa peculiaridade. Maior ainda, se esse indivíduo participa, a seu próprio modo, da construção do que quer que seja. Sílvio Santos, nome pelo qual se fez conhecer de milhões de brasileiros, iniciou sua exibição como camelô, àquele tempo preconceituosamente chamado marreteiro. Talvez, inconscientemente, apelido ligado à dureza enfrentada na luta pela vida. Disso, o apresentador agora desaparecido não fugiu. Trabalhou dura e alegremente, durante décadas, até transformar-se num dos mais observados ícones de nossa comunicação. Como qualquer um de nós, ostentou virtudes e vícios. Julga-lo como comunicador não é algo semelhante a um julgamento como ser humano. Valores e propósitos, discurso e ação resistem à unanimidade. Ao menos, para não incorrermos na proverbial frase de Nelson Rodrigues: toda unanimidade é burra. Além de que, o julgamento de terceiros é dever de juízes e dos órgãos por eles integrados. E, a crer-se num poder extraterreno, à Divindade. Aos sobreviventes sobrarão os registros. De notícias, imagens, depoimentos, nenhum deles imparcial, eis que a paixão e as preferências sempre dependerão do arbítrio de quem os produz. Por isso, opto por lembrar o testemunho de duas profissionais por longo período colegas de trabalho (como ele mesmo dizia), do comunicador. De Mara Maravilha, em palavras ditas com indisfarçável emoção, o agradecimento, o respeito e a estima de quem se sentiu beneficiaria da generosidade atribuída a Sílvio Santos. Da outra, Elke Maravilha, a mágoa, a sensação de quem se sentiu injustiçada e traída. A quem Pedro de Lara recomendou, constatados os sentimentos da colega: não ligue pra isso, amiga. Sílvio é tão pobre, que só tem dinheiro.

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