Crescem as evidências em relação aos propósitos do ex-Presidente da República e a política armamentista posta em prática no seu (Des)governo. O jornalista Mauro Paulino, da Globo News, identificou esse vínculo e denominou o motivo de sua implantação - a preferência do ex-Presidente pelo ilícito. Não é preciso ir muito longe para admitir exatidão perceptiva na expressão usada pelo comentarista. As alegações usadas para justificar o armamento da população, falsas todas elas, faziam parte de um projeto, qual fosse o de criar, à semelhança de François Duvalier, do Haiti, uma guarda pretoriana.A esse propósito serviu, inclusive, a exclusão do Exército do controle da compra, registro e circulação de armas no País. Neste episódio, a negligência (ou servilidade ilegal e legitima) das lideranças militares é a minúcia a destacar. O crescimento do arsenal adquirido, registrado e muitas vezes usado, no período 2019-2022, foi de tal monta, que o arsenal de todas as forças armadas, nos três níveis político-administrativos da República é menor que a soma de particulares possuidores, portadores e usuários. Sob o esconderijo de Clubes de Tiro, colecionadores e Clubes de Caça tem sido feito o suprimento de outros grupos, começando por agentes do crime organizado. Foram beneficiados com o estímulo à aquisição, registro, porte e uso de armas de fogo, milícias urbanas, capitães-do-mato e outros delinquentes. Sabe-se, agora, que dentre estes últimos não tiveram a menor dificuldade em armar-se muitos condenados e com mandados de prisão em aberto. O ambiente em que cabem todos os ingredientes aqui comentados não é outro, se não o correspondente ao sonho de perpetuação no poder, mesmo que para isso fosse necessária a guerra fratricida. Esta, diga-se a bem da verdade, nunca foi ocultada pelo principal candidato a ditador perpétuo. Matar 30.000 é até modesto, diante dos 200 mil incluídos no débito do Presidente, dentre os que a covid-19 matou.
Escancaramento
Atualizado: 7 de mai. de 2023
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