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Dialética

Somem-se as manifestações alusivas ao dia do trabalhador e a ocupação de universidades norte-americanas com as guerras registradas em várias partes do Mundo. Teremos, então, sinais de que há, sim, a possibilidade de superar e deixar para trás o mundo cruel a que o capitalismo nos conduziu. A tentativa de apagar a História, distorcer a realidade e subjugar - quando não, eliminar - populações inteiras, mundo afora, há de sempre encontrar resistência. Frequentemente dirigida contra alvos cuja aparência indica nada terem uns com os outros, tal resistência revela o potencial dos povos, quando postos diante da violência e da injustiça. O empenho em sepultar de vez a controvérsia entre esquerda e direita rui totalmente, sem que mesmo os produtores mal-intencionados da negativa disso se apercebam. São eles mesmos a proclamar sua opção pelas teses da direita. Ignoram, dentre tantas outras coisas e relações que não lhes frequentam o bestunto, quão dialética é a organização do universo. Afirmam-se direitistas ao extremo boa parte deles, como se isso não implicasse a ocorrência de teses e propósitos opostos. Pretendendo-se defensores de uma verdade única e excludente, escasseiam neles as mínimas condições para a própria convivência democrática. Uma vez confrontados por teses e propostas adversas, não titubeiam. O que parecia fácil impor, pela fragilidade ou inexistência de argumentos, pensam alcançar pelo uso da violência. Sua desatenção ou proposital ignorância em relação à história como ela foi vivida pelos cidadãos do Mundo (lembre-se, aqui da queda da Bastilha), nem ao tempo dá trégua. Daí desconsiderarem as guerras em operação no Mundo, preferindo dedicar toda sua energia e enorme fortuna, como se os conflitos tivessem ao menos um objetivo meritório. E apto a ser classificado como digno da humanidade. O intuito negativista que move esse tipo de agente social, seja onde for seu campo de atuação, leva-os a reivindicar a classificação de conservadores. Pior, ainda! Só mentes comprometidas com a dor, a injustiça e a morte podem desejar a conservação de um planeta em avançado processo de auto-destruição. Crescem as desigualdades, cada dia maiores. Ínfimo o número dos que só fazem acumular - riquezas materiais versus débito social. Ou, para sermos francos - agem como produtores dessa mesma desigualdade que pretendem conservar. O gelo, que conserva alimentos e cura certos males físicos é o mesmo que envolve seus corações.

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